26/08/2009 - 12h40m -
Após realização de audiências, estudantes desocupam os dois campus da Universidade Estadual do Pará (UEPA) no interior do Estado. Na terça-feira (24), o núcleo de Redenção foi desocupado. Os estudantes afirmam que as ocupações podem voltar a acontecer, caso o que foi acordado não seja cumprido pela Universidade. O ato foi realizado por universitários indignados com a situação de precarização do ensino e com os cortes de vagas e de verbas para a área de educação pública no Pará. Ontem, as audiências foram realizadas entre estudantes, pró- reitor da Uepa e procurador da universidade. Em Paragominas a ocupação, que terminou por volta de 0h, foi avaliada positivamente. Segundo Luan Sidônio, vice presidente do diretório acadêmico do núcleo, a universidade se comprometeu a atender 80% das reivindicações.
'Eles se comprometeram em qualificar, readaptar e garantir o funcionamento da biblioteca, além do funcionamento dos laboratórios de informática e do prédio administrativo em três turnos, conta. Ainda segundo o vice-presidente do centro acadêmico, foram obtidas outras reivindicações na reunião, como garantia da semana acadêmica do núcleo, que deve ser realizada ainda esse ano, construção do laboratório de educação ambiental para novembro desse ano, a fixação de professores de todos os cursos ofertado pela universidade, a entregar as carteirinhas no prazo de 15 dias.Também no encontro foi acertada da contratação de um auditório no município, até que se construa um próprio, materiais específicos para todos os laboratórios, capacitação de estagiários e monitores da universidade além de concurso para que se preencha duas vagas ociosas, uma de motorista e outra de bibliotecária. Segundo o coordenador do DCE (Diretório Central do Estudantes) da UFPA Zaraia Ferreira, que participou da ocupação em Paragominas, os universitários têm duas reivindicações principais. 'Nós queremos o retorno das vagas de vestibular para os campus do interior e também a anulação do corte de 30% em verbas para a Uepa. Esse dinheiro era destinado aos investimentos em infraestrutura, como criação de laboratórios e bibliotecas. A parte estrutural e a falta de professores são as maiores deficiências dos campi do interior e da capital', disse o coordenador.Em Conceição do Araguaia, a UEPA se comprometeu a disponibilizar o número de vagas que tinham sido cortadas. 'Ano passado foram ofertadas duzentas vagas. Esse ano só seriam oferecidas setenta para todos os cursos. Ontem depois da reunião, eles se comprometeram a voltar com as vagas e também oferecer dois novos cursos, o de geografia e o de filosofia', contou Samuel Rodrigues, coordenador de secretaria do diretorio acadêmico de Conceição.Samuel critica o fato do corte de verbas ser associado à Crise Econômica Mundial. 'O governo do Pará, esse ano, cortou gastos em áreas como saúde e educação e 30% do orçamento da Uepa, por conta dessa crise. Vivemos um momento de calamidade pública na educação secundarista, do ensino médio e da educação universitária principalmete no interiores. Não se investe em educação, mas o Governo prioriza os investimentos para propagandas absurdas e para a Vale, por exemplo. E na educação que está no tripé para as reais mudanças na sociedade não é investido', critica Rodrigues.Crise na educação-Ele também faz uma análise da situação da educação pública no Brasil. Segundo o coordenador, o país é hoje um dos países em que menos se investe em educação, apenas 3,8 % do PIB é destinado a essa área. Em outros países se investe 10% do PIB para a educação. Em contrapartida, o Governo brasileiro destinou 40% do PIB para pagar a dívida externa. Esse ano o governo federal cortou 1,2 bilhões da educação por conta da crise, mas deve dinheiro para dar 10 bilhões ao FMI. 'Faltam políicas públicas para dar educação e saúde para o povo, que é quem, infelizmente sofre com essa situação', afirma Samuel.Ainda de acordo com ele, o campus de Conceição do Araguaia enfrenta outros problemas.' Aqui tem o problema da questão da autonomia. Tudo depende de Belém para resolver. Nós queremos também mais autonomia para o campus e a participação do interior nas políticas que estão sendo implantadas pela Uepa. Nós não temos voz, as decisões são verticalizadas e nós temos que engolir tudo. Outra questão é que no interior o ensino é modulado só o curso de educação física que é regular. Nesse caso o professor vem de fora, não tem pesquisa extensão,eles veem passam um mês e vão embora. Queremos também professores efetivos no interior do estado', constata.Na terça-feira (24) uma audiência colocou fim a ocupação no campus de Redenção. 'Em Redenção, os estudantes conseguiram que voltassem as vagas que foram retiradas. A Uepa deu um prazo de sessenta dias para resolver os problemas de lá', afirmou Samuel.Caso a Universidade não cumpra os acordos, os campus podem ser reocupados. 'Nessa quinta-feira haverá uma reunião do Consu, Conselho universitário, entidade máxima da Uepa, que define o processo seletivo, o que vai ser ofertado em todo o Estado. As resoluções saem na sexta-feira no Diário Oficial da União. Então se não sair a volta das vagas, voltaremos as ocupações', promete samuel.Outros campus- Samuel faz uma denuncia os coordenadores de núcleo das cidades de Marabá e Tucuruí. 'Eles estão tentando denegrir a imagem do movimento estudantil que fazemos. Os coordenadores com medo que o movimento tome conta do Estado, o que seria uma espécie de assassinato para a Uepa, afirmam que nós somos um bando de desocupados. Contra isso nós faremos reuniões nas duas cidades para fazer um trabalho de esclarecimento do porquê fazemos essa mobilização. O movimento não é pelego e nem oportunista. O movimento é em defesa da universidade pública e de qualidade', afirmou.Ainda de acordo com ele, em Mojú, os estudantes promovem abaixo assinados contra os cortes e deficiência do ensino.Apoio -Participam da manifestação não só estudantes da Uepa como também universitários que repudiam o descaso com o ensino público estadual. Em Belém, alunos de universidades pública e particulares, além dos DCEs da UFPA, Unama, FAP, Feapa se mostraram solidários a causa estudantil e as ocupações.Ontem, o DCE da FAP divulgou nota de apoio.
Outro lado- A Universidade do Estado do Pará informou por meio de nota enviada à imprensa que está redimensionando suas ações de ensino, fixação de professores no interior, vagas e cursos ofertados, inclusive com a implantação de novos cursos.O Conselho Universitário reunirá na quinta-feira (27), para votar o quadro definitivo de vagas dos Processos Seletivos 2010, e o edital da UEPA para os cursos regulares e a distância e deverão ser publicados na próxima sexta-feira (28).'No ano de 2008, a Universidade do Estado investiu 15 milhões em equipamentos e em acervo bibliográfico, além do seu orçamento previsto e aprovado na Assembléia Legislativa. Os investimentos continuam e a compra de novos equipamentos está em fase de licitação. O cenário de crise mundial realmente afeta a todos os cidadãos, porém a UEPA possui outras fontes de recursos, como através de convênios, o que permitiu que os investimentos, nem o custeio fossem atingidos pela crise. A gestão superior reconhece que o fortalecimento da universidade depende de novos concursos para professores e funcionários, principalmente no interior do Estado', afirma a nota. Atualmente, a UEPA conta com 690 professores efetivos e 1.250 funcionários técnico-administrativos, além de um número complementar de temporários. Por isso, o Plano de Cargos e Salários, após aprovação no Conselho Universitário, será encaminhado à Assembléia Legislativa ainda este ano, visando a ampliação do quadro docente e de servidores. Em novembro deste ano, será realizado concurso público para professor. 'Os representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e alguns Diretórios do interior, que representam a categoria estudantil, protestam e lutam por melhores condições de ensino, e esse também é o planejamento e o desejo da gestão superior e de toda a comunidade universitária. Por isso, o diálogo com os estudantes é uma prioridade nesta gestão, sendo desnecessária a ocupação dos espaços públicos, tanto que no campus de Redenção, após audiência local entre estudantes e o pró-reitor designado, as atividades já foram retomadas. Da mesma forma o diálogo ocorre em Paragominas e Conceição do Araguaia', diz a nota.
Redação do Portal ORM. imprensa Burguesa. Oliberal
'Eles se comprometeram em qualificar, readaptar e garantir o funcionamento da biblioteca, além do funcionamento dos laboratórios de informática e do prédio administrativo em três turnos, conta. Ainda segundo o vice-presidente do centro acadêmico, foram obtidas outras reivindicações na reunião, como garantia da semana acadêmica do núcleo, que deve ser realizada ainda esse ano, construção do laboratório de educação ambiental para novembro desse ano, a fixação de professores de todos os cursos ofertado pela universidade, a entregar as carteirinhas no prazo de 15 dias.Também no encontro foi acertada da contratação de um auditório no município, até que se construa um próprio, materiais específicos para todos os laboratórios, capacitação de estagiários e monitores da universidade além de concurso para que se preencha duas vagas ociosas, uma de motorista e outra de bibliotecária. Segundo o coordenador do DCE (Diretório Central do Estudantes) da UFPA Zaraia Ferreira, que participou da ocupação em Paragominas, os universitários têm duas reivindicações principais. 'Nós queremos o retorno das vagas de vestibular para os campus do interior e também a anulação do corte de 30% em verbas para a Uepa. Esse dinheiro era destinado aos investimentos em infraestrutura, como criação de laboratórios e bibliotecas. A parte estrutural e a falta de professores são as maiores deficiências dos campi do interior e da capital', disse o coordenador.Em Conceição do Araguaia, a UEPA se comprometeu a disponibilizar o número de vagas que tinham sido cortadas. 'Ano passado foram ofertadas duzentas vagas. Esse ano só seriam oferecidas setenta para todos os cursos. Ontem depois da reunião, eles se comprometeram a voltar com as vagas e também oferecer dois novos cursos, o de geografia e o de filosofia', contou Samuel Rodrigues, coordenador de secretaria do diretorio acadêmico de Conceição.Samuel critica o fato do corte de verbas ser associado à Crise Econômica Mundial. 'O governo do Pará, esse ano, cortou gastos em áreas como saúde e educação e 30% do orçamento da Uepa, por conta dessa crise. Vivemos um momento de calamidade pública na educação secundarista, do ensino médio e da educação universitária principalmete no interiores. Não se investe em educação, mas o Governo prioriza os investimentos para propagandas absurdas e para a Vale, por exemplo. E na educação que está no tripé para as reais mudanças na sociedade não é investido', critica Rodrigues.Crise na educação-Ele também faz uma análise da situação da educação pública no Brasil. Segundo o coordenador, o país é hoje um dos países em que menos se investe em educação, apenas 3,8 % do PIB é destinado a essa área. Em outros países se investe 10% do PIB para a educação. Em contrapartida, o Governo brasileiro destinou 40% do PIB para pagar a dívida externa. Esse ano o governo federal cortou 1,2 bilhões da educação por conta da crise, mas deve dinheiro para dar 10 bilhões ao FMI. 'Faltam políicas públicas para dar educação e saúde para o povo, que é quem, infelizmente sofre com essa situação', afirma Samuel.Ainda de acordo com ele, o campus de Conceição do Araguaia enfrenta outros problemas.' Aqui tem o problema da questão da autonomia. Tudo depende de Belém para resolver. Nós queremos também mais autonomia para o campus e a participação do interior nas políticas que estão sendo implantadas pela Uepa. Nós não temos voz, as decisões são verticalizadas e nós temos que engolir tudo. Outra questão é que no interior o ensino é modulado só o curso de educação física que é regular. Nesse caso o professor vem de fora, não tem pesquisa extensão,eles veem passam um mês e vão embora. Queremos também professores efetivos no interior do estado', constata.Na terça-feira (24) uma audiência colocou fim a ocupação no campus de Redenção. 'Em Redenção, os estudantes conseguiram que voltassem as vagas que foram retiradas. A Uepa deu um prazo de sessenta dias para resolver os problemas de lá', afirmou Samuel.Caso a Universidade não cumpra os acordos, os campus podem ser reocupados. 'Nessa quinta-feira haverá uma reunião do Consu, Conselho universitário, entidade máxima da Uepa, que define o processo seletivo, o que vai ser ofertado em todo o Estado. As resoluções saem na sexta-feira no Diário Oficial da União. Então se não sair a volta das vagas, voltaremos as ocupações', promete samuel.Outros campus- Samuel faz uma denuncia os coordenadores de núcleo das cidades de Marabá e Tucuruí. 'Eles estão tentando denegrir a imagem do movimento estudantil que fazemos. Os coordenadores com medo que o movimento tome conta do Estado, o que seria uma espécie de assassinato para a Uepa, afirmam que nós somos um bando de desocupados. Contra isso nós faremos reuniões nas duas cidades para fazer um trabalho de esclarecimento do porquê fazemos essa mobilização. O movimento não é pelego e nem oportunista. O movimento é em defesa da universidade pública e de qualidade', afirmou.Ainda de acordo com ele, em Mojú, os estudantes promovem abaixo assinados contra os cortes e deficiência do ensino.Apoio -Participam da manifestação não só estudantes da Uepa como também universitários que repudiam o descaso com o ensino público estadual. Em Belém, alunos de universidades pública e particulares, além dos DCEs da UFPA, Unama, FAP, Feapa se mostraram solidários a causa estudantil e as ocupações.Ontem, o DCE da FAP divulgou nota de apoio.
Outro lado- A Universidade do Estado do Pará informou por meio de nota enviada à imprensa que está redimensionando suas ações de ensino, fixação de professores no interior, vagas e cursos ofertados, inclusive com a implantação de novos cursos.O Conselho Universitário reunirá na quinta-feira (27), para votar o quadro definitivo de vagas dos Processos Seletivos 2010, e o edital da UEPA para os cursos regulares e a distância e deverão ser publicados na próxima sexta-feira (28).'No ano de 2008, a Universidade do Estado investiu 15 milhões em equipamentos e em acervo bibliográfico, além do seu orçamento previsto e aprovado na Assembléia Legislativa. Os investimentos continuam e a compra de novos equipamentos está em fase de licitação. O cenário de crise mundial realmente afeta a todos os cidadãos, porém a UEPA possui outras fontes de recursos, como através de convênios, o que permitiu que os investimentos, nem o custeio fossem atingidos pela crise. A gestão superior reconhece que o fortalecimento da universidade depende de novos concursos para professores e funcionários, principalmente no interior do Estado', afirma a nota. Atualmente, a UEPA conta com 690 professores efetivos e 1.250 funcionários técnico-administrativos, além de um número complementar de temporários. Por isso, o Plano de Cargos e Salários, após aprovação no Conselho Universitário, será encaminhado à Assembléia Legislativa ainda este ano, visando a ampliação do quadro docente e de servidores. Em novembro deste ano, será realizado concurso público para professor. 'Os representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e alguns Diretórios do interior, que representam a categoria estudantil, protestam e lutam por melhores condições de ensino, e esse também é o planejamento e o desejo da gestão superior e de toda a comunidade universitária. Por isso, o diálogo com os estudantes é uma prioridade nesta gestão, sendo desnecessária a ocupação dos espaços públicos, tanto que no campus de Redenção, após audiência local entre estudantes e o pró-reitor designado, as atividades já foram retomadas. Da mesma forma o diálogo ocorre em Paragominas e Conceição do Araguaia', diz a nota.
Redação do Portal ORM. imprensa Burguesa. Oliberal
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