sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Venezuela: Os estudantes revolucionários não são marionetes da direita fascista e nem do governo.

Publicamos artigo o Coletivo Livre Aquiles Nazoa, da Venezuela. O artigo trata da situação da juventude e dos universitários frente ao referendo do início deste ano. O texto foi escrito em meio a campanha eleitoral. Para facilitar o entendimento incluímos notas entre parênteses. Incluímos fontes da internet onde o leitor pode obter maiores informações para os fatos citados no texto.
Visamos socializar em nosso país a visão do movimento estudantil autônomo e independente da Venezuela, que combate a direita fascista e é crítico em relação ao governo do Presidente Chaves e a Juventude do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela). A posição do coletivo no referendo foi voto nulo.



Os estudantes revolucionários não são marionetes da direita fascista e nem do governo.

Coletivo Livre Aquiles Nazoa
Disponível em http://www.laclase.info/secciones/movimiento-estudiantil
Tradução Vamos à Luta

Novamente, tanto a direita antidemocrática e pró-imperialista como o governo recorrem a suas figuras no movimento estudantil para que se joguem em sua campanha eleitoral. Retornam a cena títeres como Yon Goicoechea, Ricardo Sánchez e Freddy Guevara*, tal como fizeram para defender a empresa privada RCTV (emissora de TV golpista que não obteve renovação de concessão e teve encerrada sua transmissão na TV aberta ). Não surgem na arena representando aos estudantes universitários. Representam os empresários da Federação de Câmaras de Comércio da Venezuela - Fedecamaras, seus sócios dos meios de comunicação, e os partidos da direita adeco-copeyana (Ação Democrática e do Democrata-cristão – se revezaram no poder durante anos) incluindo seus herdeiros de Um novo tempo, primeiro Justiça,etc.
Em resposta, o governo diz que não permitirá protestos nas ruas, e chama o aparato do PSUV para mobilizar seus estudantes e seus jovens em apoio a sua proposta de emenda para a reeleição ilimitada dos funcionários eleitos pela votação popular.
Neste carnaval temos estudantes-empresários, como Yon Goicoechea, enfrentando estudantes-burocratas como o ex-Ministro Hector Rodrigues, todos falando em nome dos estudantes. Na realidade, nem a direita gringofila nem o governo acreditam no movimento estudantil nem respeitam sua autonomia organizativa e independência política. Ambos tem seus dirigentes porem são inimigos de um estudantado com agenda própria, que lute por reivindicações políticas e socioeconômicas.
A democratização do ingresso a universidade, a homologação das bolsas a um nível digno, o controle do gasto administrativo na universidade, a melhora do nível acadêmico de nossos centros de estudo, são algumas das exigências que formam parte de nossa agenda de luta.
Nós, estudantes revolucionários, não somos marionetes de ninguém. Os empresários e os políticos quarto-republicanos (governos antes de Chaves) podem seguir pagando seus mercenários disfarçados de estudantes para a sua agenda violenta e antidemocrática; o governo pode seguir comprando dirigentes com cargos e regalias; porém nos não nos vendemos e nem seremos utilizados por ninguém, portanto dizemos: não falem em nosso nome.
Ao governo recordamos que enquanto gritava que não permitira protestos nas ruas, há pouco mais de um ano outorgou a anistia presidencial aos golpistas dos anos de 2002 e 2003. Desse modo, ninguém deve se enganar com esse discurso hipócrita de “mão dura”. Com essa orientação de não permitir protestos, a policia do Estado de Bolívar assassinou a sangue frio, em novembro passado, um estudantes da ETI “Antonio Diaz”, que protestava pela falta de recurso na instituição educativa (http://www.kaosenlared.net/noticia/repudiamos-asesinato-estudiante-eti-antonio-diaz-manos-fuerzas-represi). De igual maneira, a bota militar agride aos companheiros Yukpa em Perija (http://venezuela.indymedia.org/es/2009/01/20023.shtml) e reprimiu aos trabalhadores de Sanitários Maracay e da Sidor. Os corpos policiais fizeram o mesmo contra os trabalhadores da Planta de reciclagem de Mérida, Fundimeca, Alpina e muitos outros mais. (http://www.laclase.info/nacionales/eslabones-en-la-cadena-de-la-represion-contra-los-trabajadores-en-venezuela).
Enquanto há impunidade para os golpistas e para os repressores, nos não cairemos no conto de que o governo não será permissivo com os fascistas, e menos quando empresários como Mezerhane recebe contratos estratégicos de parte do Estado Venezuelano, como foi denunciado pela AIPO - Anticorrupção Interpelação Popular Organizada.
A atual orientação contempla um duplo discurso que serve para justificar crimes como o de ETI “Antonio Diaz” e repressões contra o movimento operário e popular, enquanto em Mérida a direita estudantil faz das suas violentamente, com complacência das autoridades universitárias e regionais.
Somente mantendo independência em relação a direita fascista e ao governo que negocia com o empresariado capitalista, podemos avançar até o resgate do movimento estudantil, para que assuma suas tarefas mais urgentes e lute por uma universidade inclusiva, participativa e orientada a atender as necessidades nacionais, uma universidade popular para formar consciência critica para combater o capitalismo e para a construção de uma sociedade radicalmente democrática, a sociedade socialista.

Acesse também http://my.opera.com/CLAN/blog/

Saiba mais:
*Jovens golpistas impunes na Venezuela:

Ricardo Sánchez, presidente da Federação de Estudiantes de la UCV, fascista. Recentemente, em meio à campanha do referendo, encabeçou marcha com coqueteis molotov em defesa do não.
Yon Goicoechea. Recebeu 500 mil dólares do Prêmio Milton Friedman de 2008, patrocinado pelo organização gringa CATO Institute (http://www.cato.org/ e http://www.catooncampus.org/).
Fredy Guevara um dos líderes dos protestos fascistas e ocupações na Universidade Católica e na Universidade Central da Venezuela na campanha do não contra Chaves no referendo anterior.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

DCE UnB na luta contra o aumento das passagens

Em meio a uma crise econômica internacional que vem prejudicando os trabalhadores e a juventude, o Governo Arruda aumentou em 50% a tarifa do microônibus e do metrô em pleno recesso escolar. Tal medida prioriza enriquecer ainda mais as empresas de transporte público do DF que, mesmo com os grandes lucros, não renovam a frota sucateada.
Em âmbito nacional, os efeitos da crise econômica aumentam e milhares de trabalhadores estão perdendo seus empregos enquanto o governo Lula investe bilhões para salvar os Bancos. A exemplo disso vemos o direito a meia-entrada ameaçado e diversos cortes no orçamento da educação. No âmbito local, o GDF quer que trabalhadores, desempregados e a juventude paguem essa conta.
Algumas iniciativas foram tomadas para organizar a luta, como a conformação da Frente Contra o Aumento da Passagem (que reúne sindicatos, movimentos sociais e entidades estudantis) e também a criação de um Fórum da Juventude pelo Direito à Cidade.
Quase um ano após a vitoriosa ocupação da Reitoria da UnB que resultou em grandes vitórias para a universidade pública, o Diretório Central dos Estudantes da UnB convida estudantes, trabalhadores e toda a sociedade a ocupar as ruas de Brasília. Nosso dever agora é lutar pela revogação imediata do aumento das tarifas e também pela construção de uma lógica de transporte público como direito e não como mercadoria.


Por isso o DCE UnB defende:
Revogação imediata do aumento das tarifas do metrô e do microônibus! Redução Já
Passe Livre para estudantes e desempregados!
Pelo fortalecimento da TCB e por um transporte público estatal!
A juventude e os trabalhadores não podem pagar pela crise!
Participe das reuniões e dos atos da Frente e do Fórum!
Acesse o blog http://www.frentecontraoaumentodf.blogspot.com/


DCE UnB na luta ao lado dos terceirizados
No último dia 12/02, os terceirizados da ZL Ambiental, empresa responsável pelos serviços de limpeza na UnB, realizaram uma marcha até o prédio da reitoria. Com a participação de mais de 700 funcionários, eles protestaram contra a falta de pagamento dos seus salários e cobraram da administração superior da universidade uma posição mais firme e clara sobre o assunto.
O DCE-UnB esteve presente no ato, prestando solidariedade e dando apoio aos funcionários terceirizados. Vale dizer que eles garantem arduamente serviços importantes dentro da universidade e não têm como garantir condições mínimas para se sustentar sem este dinheiro, que já é inferior ao nível salarial da UnB.
Convidamos todos/as para fortalecer também a lutas deste segmento!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Solidariedade Costa Rica

O vamos à luta enviou nota de apoio aos dirigentes sindicais classistas da Costa Rica. A perseguição dos governos e da patronal cresce em meio aos efeitos da crise econômica mundial. Solicitamos que nossos leitores aprovem a nota em suas entidades estudantis.


Dr. Oscar Arias Sánchez,
Presidente da República da Costa Rica
Lic. Rodrigo Arias Sánchez
Ministro da Presidência
República da Costa Rica

Os abaixo assinados somos todos dirigentes e militantes do movimento estudantil no Brasil. Estamos bastante preocupados com demissão de dois dirigentes da União do Pessoal do Instituto Nacional de Seguros (UPINS) Luis Salas Sarkis e Alicia Vargas Obando. Isso constitui uma violação à liberdade sindical consagrada no direito internacional e na Constituição da República. O fato se torna mais grave considerando que Luis Salas é também o secretário geral de uma Confederação: A Central Geral de Trabalhadores da Costa Rica.
Esta decisão contraria o Código de Trabalho e Convênios Internacionais ratificados pela Costa Rica, como o 87 e 98 da OIT (Organização Internacional do Trabalho).

Seu governo apóia-se no Tratado de Livre Comércio com os Estados Unidos (TLC) para implementar um processo de abertura e privatização do Instituto Nacional de Seguros. Desse modo, a demissão, decisão da Administração Superior, somente pode ser interpretado como um ato de represália contra a organização sindical. Isto fica mais nítido quando constata-se que organização sindical defende os direitos trabalhistas dos seus associados e a existência do Instituto como instituição solidária.
Solicitamos veementemente reverter este processo de demissão dos dirigentes sindicais do UPINS. Seguiremos alertas e mobilizados enquanto a decisão arbitraria não for revogada.

Saudações estudantis,

Assinam:
BRASÍLIA:
Fábio Felix Coordenador Geral DCE UnB
Adriano Dias- DCE-UnB e Executiva Nacional dos estudantes de Letras - EXNEL
Renan Alves DCE-UnB
Marleide Gomes- DCE-UnB

Rio de Janeiro:
Barbara Sinedino - Artes Cênicas - DCE UNIRIO,
Juninho - CA de Letras UFF e DCE UFF,
Ciane Santos - Enfermagem DCE UFF,
Marco Antonio - C Sociais DCE UFF,

Rio Grande do SUL
Diego Vitello DCE UFRGS
Roberto Seitenfus – Direito UniRiterr / Desobedeça,
Fabiano Elias Brunner – Historia IPA

Pará
Fernanda Bandeira – Dir. Univ. Públicas UNE_FOE,
Zaraia Guará – coord. Geral DCE UFPA,
Camila Monteiro – DCE UFPA,
Ricardo Wanzeller – DCE UFPA,
Tailson Silva – DCE UFPA,
Benison Oliveira – DCE UFPA,
Elho Araujo – DCE UFPA,
Fábio – CAGE,
Gilson Geografia UFPA,
Centro Acadêmico de Geografia - CAGE
Emerson Seabra CAGE
Fábio Bentes CAGE
Maurício Santos – Conselheiro discente,
Talison Furtado – Conselheiro discente,
Júlia Borges Coordenadora Geral DCE UNAMA
Denis Melo DCE UNAMA
Felipe Melo- Coordenador Geral da ENECOS e diretor DCE-Unama.
Virgílio DCE UNAMA

Amapá:
GABRIELA OLIVEIRA COORDENADORA GERAL DO DCE UNIFAP
ALLINE COSTA COORDENADORA DE FINANÇAS DCE UNIFA´P
THAIS SÁ COORDENADORA GERAL DO CAGEO UNIFAP
YOZEFFI SOUZA COORDENADOR GERAL CAHIS
ROGÉRIO SERRAO COORDENADOR CAHIS
SAMILA TRINDADE COORDENADORA CAENF
CHAYENNE E RANDERSON GREMIO ESTUDANTIL AVT

Goiás:
Genivaldo Fernandes (Jonte) - CA Geografia-UFG;

Maranhão –
Clistenis – CA Design UFMA.

Amazonas:
Raoni Lopes História


Enviem mensagens de apoio para:
fernandez@casapres.go.cr,fmorales@mtss.go.cr,upins@hotmail.com,ciznardo@ins-cr.com,mailto:parafernandez@casapres.go.cr,fmorales@mtss.go.cr,upins@hotmail.com,ciznardo@ins-cr.com,sanjose@oit.or.crccluissalassarkis@hotmail.com,obarrantesc@gmail.com,lamasmiguel2004@yahoo.com.ar

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Aumento da tarifa no DF

Vamos à Luta contra o aumento das passagens!
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O final do ano de 2008 é marcado por mais uma crise financeira que se instaurou no mundo inteiro. Aqui no Brasil começamos a sofrer alguns de seus efeitos. Para lidar com a crise, o Governo Federal fez sua escolha: investiu bilhões para salvar banqueiros enquanto milhares de trabalhadores e trabalhadoras estão perdendo seus empregos.
Em Brasília, o governador Arruda não faz diferente e também adota medidas que atacam diretamente os trabalhadores e trabalhadoras desta cidade. A mais recente delas é o aumento das tarifas do microônibus e do metrô, que sofreram um ajuste de até 50%. Para usar o microônibus você gastará R$1,50 e para usar o metrô será preciso desembolsar absurdos R$3,00. Tal medida favorece somente os empresários que dominam o transporte público de Brasília, fazendo com que a juventude e os trabalhadores paguem por essa crise mais uma vez.
A juventude, ao ocupar a reitoria da UnB em 2008, mostrou para a sociedade que é possível lutar e vencer. Devemos seguir esse exemplo e tomar as ruas do Distrito Federal para exigir a redução das tarifas e uma nova lógica para o transporte coletivo.Somente a nossa organização e participação serão capazes de garantir um transporte justo e digno.

Pelo passe-livre para estudantes e desempregados!
Pelo fortalecimento da TCB e por um transporte realmente público!
Abertura imediata das contas das empresas que controlam o transporte coletivo no DF!
Vamos à Luta contra o aumento das passagens!

Video do Vamos à Luta no FSM

Nosso blog recebeu vídeo do Fórum Social Mundial elaborado por Bruno, estudante de comunicação da FAP, Belém do Pará.
O vídeo mostra uma das muitas passeatas do vamos à luta no interior do acampamento intercontinetal de juventude do FSM.
A caminhada termina em frente ao Chico Mendes.
Agradecemos a colaboração e colocamos o espaço a disposição.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

A Homofobia no novo momento do movimento estudantil

Pedro Henrique Tavares*
Contribuições de Roberto Seitenfus*

Recentemente um comentário nas listas do movimento estudantil causou debates acalorados sobre homofobia e movimento estudantil, mais no sentido de criticar pessoalmente o companheiro que escreveu, e não no sentido da reflexão acerca das praticas discriminatórias.
É consenso que vivemos um novo momento no movimento estudantil, que começou com a ocupação da USP, e tem ápice com grandes vitórias na UnB (Universidade de Brasília). As lutas agora se dão por uma universidade radicalmente diferente, com expansão de qualidade, as lutas nas universidades particulares começam a ganhar corpo com a partir do exemplo do DCE Unama.
Todavia, a universidade e os movimentos estudantis não são uma bolha, inertes ás práticas do conjunto da sociedade, nada que justifique entretanto determinadas práticas. Temos uma universidade e um movimento estudantil extremamente racista, machista e homofóbico, este último cerne da discussão desse texto, com determinadas nuances na intensidade do preconceito, fruto também das particularidades e conquistas de cada segmento das chamadas “minorias”.
Quantos alunos, professores, servidores vivem sua orientação sexual de forma tranqüila, sem se preocupar com os padrões impostos? A resposta para isso aponta o retrato da universidade que temos, e a queremos, livre, laica e libertaria e isso, só será possível mediante lutas. O movimento estudantil por sua vez acaba reproduzindo a homofobia, algo estranho no novo cenário de reorganização das lutas, e perdemos muitos lutadores que poderíamos aglutinar se nos despíssemos do preconceito.
Por outro lado reconhecemos que conseguimos alguns avanços, que precisam ser radicalizados. Ultimamente virou tradição debater o combate às opressões nos fóruns e espaços do movimento estudantil, talvez algo politicamente correto, pois o politicamente correto foi também a desculpa de setores da direita, como o PSDB e tantos outros que criaram setoriais GLBTs e Secretarias de governo para as chamadas “minorias”, pois mais do que atitudes concretas, serve apenas para levantar o provável e não concretizar em ações afirmativas, aliás, ações afirmativas também é o que setores como o PT e outros da dita esquerda utilizam para levantar a bandeira GLBT. Ora, o que nos diferencia destes é justamente a concepção de classe, o norte que somente com uma ruptura com o capitalismo, que se utilizou sempre dastas “minorias” como mão de obra barata.
De outro ângulo precisamos combater o “politicamente correto”. O debate da diversidade sexual, pelo lobby das Paradas, acabou sendo introduzido timidamente nos espaços do movimento estudantil, ainda que apenas na forma de mesas de debates em alguns encontros. Lembro que no ultimo ENEL (Encontro Nacional dos Estudantes de Letras) a Executiva de Letras patrocinou um debate de combate às opressões, e nós, do coletivo nacional de juventude Vamos a Luta, apontamos a necessidade de levar este debate pra a base, para que seja feito não somente nos fóruns do movimento estudantil, mas cotidianamente, em cada CA e DCE.
Nossa posição em favor de uma universidade radicalmente diferente, com educação de qualidade, contra o aumento de mensalidade, sem privatizações, tem que ser também vanguarda contra todas as formas de opressão. Um movimento estudantil libertário, laico é o nosso grande desejo, mas não será materializado somente com a nossa boa vontade, e sim resultados das lutas.
Projetos como a Reforma Universitária, Reuni, Lei de Inovações Tecnológicas, entre outros em nada vão ajudar na construção de uma universidade que combata a homofobia porque pesquisam apenas nichos mercadológicos, e não pesquisam sobre homofobia ou qualquer outro mecanismo de transformação social.
Foi com lutas que conseguimos a criação da diretoria GLBTTT da UNE no CONUNE (Congresso da UNE) de 2005. No inicio a diretoria serviu de braço do governo, semeando ilusões no programa Brasil sem Homofobia, mas com conquistas, como o Programa Universidade Fora do Armário, que ajudou a fundar coletivos de diversidade sexual em universidades. Todavia, hoje a diretoria parou de funcionar e o movimento estudantil segue na inércia homofóbica.
Tem sido realizado o Encontro Nacional Universitário de Diversidade Sexual, e em que pese às criticas ao Encontro por seu academicismo, é o único espaço onde estudantes podem se reunir pra debater diversidade sexual, e poucas correntes do movimento estudantil deram importância pro debate e pro encontro em si. Criaram-se grupos universitários de diversidade sexual (Plural na UFES, Colcha de Retalhos na UFG, Diversitas na UFF, Orquídeas na UFPA, entre tantos outros) que não tem atuado com os DCE’s, CA’s, DA’s, Executivas de curso, UNE e Conlute, e vice-versa, e nesta atuação não nos referimos as gestões, e sim as entidades.
Em 2008 o Centro Acadêmico de Veterinária da USP foi protagonista de um fato histórico. Não estamos falando das lutas em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade, mas a um ato vergonhoso de homofobia. Dois estudantes se beijaram e foram expulsos da festa pela direção do CA. Uma atitude que se contradiz mais ainda por vir da direção do movimento estudantil, por reforçar valores preconceituosos da heteronormatividade e perpetuar a opressão. Felizmente conseguiu-se dar respostas e se fazer um ato vitorioso contra a homofobia, articulado pelo GT de GLBT da Conlutas, pelo DCE USP e pelo grupo CORSA.
São estas formas sutis e explicitas de opressão que precisamos acabar para fazer valer os direitos humanos, a pluralidade e a liberdade sexual. Isso envolve a radicalidade da própria democracia nas universidades. Vemos o movimento estudantil lutar por democracia interna, eleições paritárias, entre outras bandeiras importantíssimas. Mas nessa hora vem a pergunta: onde está o movimento estudantil para defender uma universidade livre, onde todos e todas possam se beijar e amar livremente? Isto tem haver com o nosso conceito de democracia.
É uma tradição nos grupos do movimento estudantil fazer cursos de formação política, precisamos com urgência transversalizar o debate de diversidade sexual nesses espaços, trazendo para o caráter de classe a opressão sexual. A luta contra a homofobia é a luta da resistência de um movimento estudantil combativo, de luta e atuante.
Chegamos em 2009 no olho do furacão de uma crise econômica que a burguesia tenta empurrar para os trabalhadores e a juventude pagarem a conta. A grande preocupação, alem das outras de praxe, é que o debate de diversidade sexual que sempre foi secundário acabe totalmente esmagado no rolo compressor.
O movimento estudantil precisa dar respostas concretas á homofobia da universidade e principalmente de si mesmo. Precisamos fazer da diversidade sexual um valor presente no dia a dia das trincheiras de lutas e não utilizar como o PT e tantos Partidos oportunistas que fazem um debate aceito por qualquer burguês de plantão, pois com o chamado “mercado Pink” muitos homossexuais, estudantes, professores se consideram aceitos, sendo que apenas são reconhecidos momentâneamente em uma sociedade capitalista que os vê como mera mercadoria e com isso não constrói uma mudança de fato.
O que não podemos mais tolerar são as piadinhas e outras formas de discriminação no seio do movimento estudantil com o cínico argumento de que a homofobia é um problema mais amplo, e porque a sociedade é homofobia o movimento estudantil também é. Este é um argumento vazio que legitima a homofobia e avizinha-se da hipocrisia. Precisamos libertar o movimento estudantil da homofobia pra construirmos lutas de fato transformadoras, aprender com as conquistas do movimento de mulheres, negritude e com este aprendizado, trazer conquistas para o movimento GLBT.


*Estudante de Ciencias Sociais da UFPA, militante do Partido Socialismo e Liberdade - PSOL, ex-conselheiro superior no CONSEP e CONSUN na UFPA, ex-vice presidente do DCE UNAMA, ex-militante da Kizomba (direção majoritaria da UNE).
*Estudante de Direito na UniRitter, Porto Alegre. militante do Partido Socialismo e Liberdade - PSOL/RS, nucleo GLBT. Ex Conselheiro de Direitos Humanos de Porto Alegre. Dirigente do Grupo DESOBEDEÇA GLBT RS.



Acesse http://www.desobedeca.com.br/ e conheça mais o Grupo.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

"Quem deu a Israel o direito de negar todos os direitos?"

Eduardo Galeano
Este artigo é dedicado a meus amigos judeus assassinados pelasditaduras latinoamericanas que Israel assessorou.
Para justificar-se, o terrorismo de estado fabrica terroristas: semeiaódio e colhe pretextos. Tudo indica que esta carnificina de Gaza, quesegundo seus autores quer acabar com os terroristas, acabará pormultiplicá-los.
Desde 1948, os palestinos vivem condenados à humilhação perpétua. Nãopodem nem respirar sem permissão. Perderam sua pátria, suas terras,sua água, sua liberdade, seu tudo. Nem sequer têm direito a elegerseus governantes. Quando votam em quem não devem votar são castigados.Gaza está sendo castigada. Converteu-se em uma armadilha sem saída,desde que o Hamas ganhou limpamente as eleições em 2006. Algo parecidohavia ocorrido em 1932, quando o Partido Comunista triunfou naseleições de El Salvador. Banhados em sangue, os salvadorenhos expiaramsua má conduta e, desde então, viveram submetidos a ditadurasmilitares. A democracia é um luxo que nem todos merecem.
São filhos da impotência os foguetes caseiros que os militantes doHamas, encurralados em Gaza, disparam com desajeitada pontaria sobreas terras que foram palestinas e que a ocupação israelense usurpou. Eo desespero, à margem da loucura suicida, é a mãe das bravatas quenegam o direito à existência de Israel, gritos sem nenhuma eficácia,enquanto a muito eficaz guerra de extermínio está negando, há muitosanos, o direito à existência da Palestina.
Já resta pouca Palestina. Passo a passo, Israel está apagando-a domapa. Os colonos invadem, e atrás deles os soldados vão corrigindo afronteira. As balas sacralizam a pilhagem, em legítima defesa.
Não há guerra agressiva que não diga ser guerra defensiva. Hitlerinvadiu a Polônia para evitar que a Polônia invadisse a Alemanha. Bushinvadiu o Iraque para evitar que o Iraque invadisse o mundo. Em cadauma de suas guerras defensivas, Israel devorou outro pedaço daPalestina, e os almoços seguem. O apetite devorador se justifica pelostítulos de propriedade que a Bíblia outorgou, pelos dois mil anos deperseguição que o povo judeu sofreu, e pelo pânico que geram ospalestinos à espreita.
Israel é o país que jamais cumpre as recomendações nem as resoluçõesdas Nações Unidas, que nunca acata as sentenças dos tribunaisinternacionais, que burla as leis internacionais, e é também o únicopaís que legalizou a tortura de prisioneiros.
Quem lhe deu o direito de negar todos os direitos? De onde vem aimpunidade com que Israel está executando a matança de Gaza? O governoespanhol não conseguiu bombardear impunemente ao País Basco paraacabar com o ETA, nem o governo britânico pôde arrasar a Irlanda paraliquidar o IRA. Por acaso a tragédia do Holocausto implica uma apólicede eterna impunidade? Ou essa luz verde provém da potência manda chuvaque tem em Israel o mais incondicional de seus vassalos?
O exército israelense, o mais moderno e sofisticado mundo, sabe a quemmata. Não mata por engano. Mata por horror. As vítimas civis sãochamadas de "danos colaterais", segundo o dicionário de outras guerrasimperiais. Em Gaza, de cada dez "danos colaterais", três são crianças.E somam aos milhares os mutilados, vítimas da tecnologia doesquartejamento humano, que a indústria militar está ensaiando comêxito nesta operação de limpeza étnica.
E como sempre, sempre o mesmo: em Gaza, cem a um. Para cada cempalestinos mortos, um israelense. Gente perigosa, adverte outrobombardeio, a cargo dos meios massivos de manipulação, que nosconvidam a crer que uma vida israelense vale tanto quanto cem vidaspalestinas. E esses meios também nos convidam a acreditar que sãohumanitárias as duzentas bombas atômicas de Israel, e que uma potêncianuclear chamada Irã foi a que aniquilou Hiroshima e Nagasaki.
A chamada "comunidade internacional" , existe? É algo mais que um clubede mercadores, banqueiros e guerreiros? É algo mais que o nomeartístico que os Estados Unidos adotam quando fazem teatro?
Diante da tragédia de Gaza, a hipocrisia mundial se ilumina uma vezmais. Como sempre, a indiferença, os discursos vazios, as declaraçõesocas, as declamações altissonantes, as posturas ambíguas, rendemtributo à sagrada impunidade.
Diante da tragédia de Gaza, os países árabes lavam as mãos. Comosempre. E como sempre, os países europeus esfregam as mãos. A velhaEuropa, tão capaz de beleza e de perversidade, derrama alguma queoutra lágrima, enquanto secretamente celebra esta jogada de mestre.Porque a caçada de judeus foi sempre um costume europeu, mas há meioséculo essa dívida histórica está sendo cobrada dos palestinas, quetambém são semitas e que nunca foram, nem são, antisemitas. Eles estãopagando, com sangue constante e sonoro, uma conta alheia.

Video da luta em Porto Alegre

Ato contra o Aumento da Passagem de ônibus em Porto Alegre, em 27 de janeiro de 2009. O ato contou com a presença de 200 pessoas, a apresentação de teatro satirizando o aumento e caminhada. A policia reprimiu violentamento o protesto.
A responsabilidade da repressão é integralemente de Fogaça e Yeda, que governam para os empresários.
Jovens de 14,15,16 anos de ambos os sexos foram literalmente espancados. Vários estudantes ficaram com fraturas e ematomas. uma menina de 15 anos teve a blusa arrancada por um policial. Um ambulante que foi solidário aos estudantes teve sua banca de cachorro-quente quebraba e um estudante detido foi cuspido todo o caminho até a delegacia dentro da viatura. A luta segue!
Divulgue o video no you tube http://br.youtube.com/watch?v=Mwkh7kod-eo