segunda-feira, 23 de março de 2009

Manifesto do Vamos à Luta ao CONEG

Tomar as ruas para não pagar a conta da crise!
A crise iniciada nas finanças dos EUA já se espalhou por todo globo. Nos EUA, milhares perdem suas casas, não têm acesso a programas de saúde e estão desempregados. Na Europa, Ásia e América Latina milhares de trabalhadores são demitidos ou estão em férias coletivas. A fome cresce em todo o planeta, sobretudo na África.
Esta crise não foi criada por nós, estudantes e trabalhadores, e sim por meia-dúzia de grandes banqueiros e empresários. Agora, para não perder os milhões que lucraram nos últimos anos, eles querem passar a conta da crise para os estudantes e os trabalhadores.
Por isto temos visto no nosso dia-a-dia o aumento do desemprego, as empresas dando férias coletivas, o rebaixamento salarial, o aumento do preço dos alimentos básicos, etc. Porém, o que estes milionários não esperavam é que houvesse um processo de resistência aos seus planos por parte dos trabalhadores e dos estudantes. Ao redor do mundo, os efeitos da crise capitalista, têm gerado uma verdadeira explosão das lutas sociais.

Com Greve Geral e mobilização a EUROPA combate a crise.
O continente europeu é, sem dúvidas, o centro da resistência. Na França, os trabalhadores promoveram diversas lutas que culminaram em uma greve geral de 2,5 milhões de trabalhadores. Em dezembro os jovens gregos iniciaram a luta contra as reformas educacionais privatizantes promovidas pelo governo. Milhões de jovens saíram às ruas e foram reprimidos brutalmente pela polícia, que matou um jovem, Alexandros Grigoropoulos. Após esta brutalidade, os trabalhadores se uniram à luta da juventude e também foram às ruas promovendo uma greve geral que parou o país. Na Itália a juventude ocupou centenas de universidades e escolas com faixas e cartazes que colocavam claramente: “La vostra crisi non la paghiamo”. Na Espanha, os jovens secundaristas e universitários ocuparam os locais de estudo contra os ataques do governo à educação. Milhares de estudantes em greve gritavam nas ruas “Paremos las clases para poder estudiar”. No Leste Europeu, vem ocorrendo a maior onda de mobilizações desde a derrubada do stalinismo. Na Letônia as greves já derrubaram o governo. Os efeitos da crise nesta região são, segundo alguns economistas, os maiores de todo o mundo.
Porém, não foi só no continente europeu que já houveram grandes lutas. Nos Estados Unidos as duas ocupações da reitoria da Universidade de Nova York em conjunto com a grande ocupação de fábrica promovida pelos operários de Chicago, que reverteu as demissões, mostram que no coração do império é possível lutar e vencer. A greve geral ocorrida nas Antilhas Francesas também foi um grande exemplo de resistência as demissões em massa ocorridas naquelas ilhas coloniais.

No Barsil, a “marolinha” de Lula produz demissões em massa.
Também no Brasil já temos exemplos importantes de luta. Em São José dos Campos, houve 4.200 demitidos pela Embraer onde os trabalhadores fizeram importantes mobilizações contra as absurdas demissões. Os operários da Johnson & Johnson pararam por seis dias, enfrentaram a polícia, e conseguiram evitar o rebaixamento do nível salarial. Em Itabira, cidade onde fica a sede da Vale, 1.500 participaram das manifestações em defesa do emprego. Atos com centenas em frente às entidades patronais(Fiesp e Fiemg) ocorreram em São Paulo e Minas Gerais.
Quando analisamos o processo de resistência no Brasil, temos que ver qual tem sido o papel cumprido pelo governo Lula. Quando foram anunciadas as demissões na Embraer, Lula fez uma reunião às pressas com a diretoria da empresa. Saiu da reunião colocando para os trabalhadores que “entendia os motivos da empresa”. Com o desemprego aumentando a cada dia, Lula não tem nenhuma política para barrar isto. Mas enquanto os bancos perdem um pequena parte de seus fabulosos lucros Lula sai correndo e com apoio da maioria corrupta do congresso nacional anuncia um pacote de 160 bilhões para salvá-los.

Greve Geral na França – Assim podemos combater a crise!
Nos últimos dias, as ruas da França foram sacudidas com uma forte greve geral que parou setores importantes, contou com o apoio de 74% da população. Além de trens balas parados, empresa de energia, as universidades também estão com forte adesão nesta segunda greve geral em menos de 2 meses. È necessário seguir o caminho da França e tomar as ruas para combater a crise econômica e as demissões. Devemos em nossos DCE´s e centro acadêmicos aprovar a solidariedade a luta dos trabalhadores e jovens da França e fazer um chamado as centrais sindicais brasileiras e movimentos sociais a começar um forte calendário de lutas e mobilizações para impulsionar uma forte greve geral no Brasil e os estudantes devem ser protagonista nesta luta.

Na educação, um escândalo!
Lula corta verbas e “doa” 10 milhões para direção Majoritária da UNE “amansarem” os estudantes!
Os efeitos da crise na educação podem ser também devastadores. O presidente Lula já anunciou um corte de 21 bilhões no orçamento da união, com perspectiva de outros cortes e manteve o Superavit Primário no patamar de 3,8%.
Enquanto os cortes do orçamento acontecem junto ao processo das demissões, o que tem feito a UNE como “representante dos estudantes”? Ficado calada e dizendo que tudo o que Lula faz está bom! O apoio da UNE ao governo tem sido desde o início com o processo de reforma universitária que atacava o ensino público para dar milhões aos donos da universidade privadas. Um dos motivos essenciais tem sido o gigantesco repasse de verbas do governo de Lula para “amansar” os estudantes. Agora, no último mês, Lula, preocupado com a indignação dos estudantes contra o corte de verbas que ele promoveu, resolveu dar mais 10 milhões para os cofres da UNE, que saiu logo em defesa do governo! Um verdadeiro absurdo é ver nossa entidade histórica comandada pelos pelegos do PcdoB(UJS) e do PT(Mudança, Kizomba, Reconquistar a UNE) que estão se vendendo para o governo.
Devido a isto, o dever dos estudantes que querem lutar contra os efeitos da crise e não se ajoelham perante os ataques do governo é fortalecer a oposição dentro da UNE. A unidade das forças de oposição deve ser encarada com responsabilidade por todos aqueles que querem lutar de verdade para não pagar pela crise. Este é o nosso chamado aos lutadores presentes neste CONEG.
Vamos à luta, seguindo da vitoriosa ocupação da reitoria da UNB, para junto com os trabalhadores, parar os ataques de Lula e dos patrões.

Não a restrição ao direito da meia-entrada!
Já foi aprovado no Senado, e agora está sendo analisado na Câmara dos Deputados um projeto de lei que limita o direito à meia-entrada estudantil. Esse projeto se dá num cenário onde as empresas de entretenimento buscam diante à crise, manter e ampliar os seus lucros. O projeto quer restringir os bilhetes de meia-entrada a somente 40% do total de bilhetes vendidos em qualquer espetáculo cultural, artístico ou esportivo. Além disso, os estudantes de cursinhos pré-vestibulares irão perder o direito a meia entrada. Se aprovado na Câmara, o projeto vai para a mesa do presidente Lula. Esse projeto prejudica milhares de jovens que terão cada vez mais dificuldades para ter acesso ao lazer e à cultura. É preciso desde já, preparar mobilizações e exigir de Lula que não acabe com esse direito da juventude. Por outro lado, também é necessário contestar alguma tentativa de monopólio sobre as carteirinhas estudantis. Não é certo que os estudantes paguem por algo que é um direito seu.Por isso, vamos às ruas reivindicar nosso direito ao acesso à cultura e ao lazer!

Todos à marcha do dia 30
Como resposta a crise os movimentos sindicais, estudantis e populares estarão realizando um ato nacional contra as demissões, o arrocho salarial e o ajuste fiscal. Os trabalhadores e a juventude não podem pagar por uma crise que não foi gerada por eles.
É fundamental que esse CONEG aprove a participação da UNE nesse ato denunciando fortemente o governo e os seus planos de ajuste e defendendo a estabilidade no emprego.
Que os ricos paguem pela crise.

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