Lotar as ruas da capital federal
"vou entrar na luta, eu vou sair na rua...
Não estou sozinho não “(IRA)
O dia 11 de novembro de 2008 será marcado como o dia em que a esplanada dos ministérios foi ocupada por milhares de ativistas dos movimentos sociais, estudantil, sindical e popular de todo o país. Em pauta, a defesa do ANDES-SN (Sindicato nacional dos professores universitários) e da liberdade de organização sindical, contra a interferência do governo e do Estado nas organizações dos trabalhadores.
Os seguintes eixos também fazem parte das reivindicações:
Defesa dos serviços públicos e dos direitos sociais dos estudantes e trabalhadores da cidade e do campo!
Contra a criminalização dos movimentos sociais organizados!
Contra o PLP 92 e a implementação das fundações estatais de direito privado, em particular na saúde!
Contra qualquer discriminação, étnica, de gênero ou classe!
Nas universidades a mobilização conta com as seguintes pautas:
Por uma avaliação de verdade! Boicote ao ENADE!
Por democracia nas universidades!
Contra o processo de privatização da universidade pública, em particular, via Fundações Privadas ditas "de apoio"!
Defender o ANDES-SN contra os ataques do governo Lula.
A luta do ANDES-SN começa com a cassação por parte do governo do registro sindical da entidade, pelo fato do sindicato manter uma postura crítica e atuação autônoma frente ao governo. Essa medida representou uma retaliação política ao ANDES-SN e um desrespeito à legitimidade jurídica e política desse sindicato que possui uma expressiva representação com mais de 80 mil filiados na base e mais de 110 seções sindicais espalhadas em todo o país.
Esse ataque tenta não só enfraquecer o ANDES-SN, como objetiva potencializar um sindicato governista de professores, denominado PROIFES, para assim manter sob o seu controle mais uma entidade sindical. Um dos argumentos usados pelo governo para negar o registro é que o ANDES-SN não poderia representar professores das universidades particulares, mas na verdade, a preocupação do governo é o avanço das lutas nas universidades particulares.
O congresso do ANDES-SN reafirmou a autonomia do sindicato, garantindo a representação integral dos professores de todo o ensino superior brasileiro.
Por isso, o movimento Vamos à Luta, junto com a Frente de Luta, defende o ANDES-SN, por reconhecer o seu compromisso histórico em defesa da universidade pública, contra os desmandos nas particulares e a manutenção de uma postura independente em relação aos governos.
Venha organizar a marcha conosco!
O ANDES-SN estará organizando delegações e caravanas de todo o país para participação da manifestação no dia 11/11. É muito importante realizar reuniões dos CA’s, DCE's, Executivas de Cursos para organizar esta tarefa. Onde for possível, devemos organizar assembléias de base para construir democraticamente uma marcha ampla com uma vasta adesão dos mais diversos setores.
Para isso, é importante fazer contato com as Secretarias Regionais do Andes e com as AD's de cada universidade, solicitando que eles estejam nas reuniões dos estudantes.
Estudantes em luta seguem obtendo vitórias
"Nosso dia vai chegar, teremos nossa vez" (Legião Urbana)
Desde a vitória da ocupação na UnB, o movimento estudantil teve um impulso considerável em todo o país, aumentando consideravelmente o número de estudantes protagonistas das lutas. Na ocupação da UERJ, garantiu-se a bandejão e ônibus de integração; na UNIFESP derrubaram o Reitor corrupto que esbanjava o cartão corporativo; Na UFF a ocupação no ICHF garantiu a não-aprovação de expansão sem qualidade e cursos de ensino à distância; e a UFMS e a UFRJ travaram uma luta árdua contra o REUNI. Nas estaduais a reitoria da UNCISAL foi ocupada, iniciando um processo combativo. A luta dos estudantes na FSA-SP derrubou o reitor e na UNAMA-PA garantiu mais bolsas de pesquisa, extensão e monitoria, ganhos infra-estruturais e garantia de não fechamento de nenhum curso.
Mais do que nunca o ME tem a tarefa de garantir unidade dos que estão contra a política educacional do governo Lula e seus representantes nas reitorias.
Fortalecer a Frente de Luta também é outra tarefa importante, por isso é importante realizarmos uma plenária nacional após a marcha em Brasília para armar a luta no próximo período sendo onde for possível devemos organizar atividades nas universidades reivindicando as pautas do movimento estudantil.
Os banqueiros e especuladores são os responsáveis pela crise econômica
Onde estão os caras que acenavam com a mão invisível um mercado para todos nós?
onde estão as provas, onde estão os fatos?
as boas novas eram só boatos?
(Engenheiros do Hawaii)
Estamos assistindo a uma nova crise do mercado financeiro mundial, cujas proporções assemelham-se a da crise de 1929. Bilhões de dólares são destinados aos especuladores, através do pacote do governo americano. A União Européia também organiza operações para salvar seus bancos.
Segundo o FMI, no Relatório de Estabilidade Financeira Global, os prejuízos financeiros deverão custar US$ 1,4 trilhão aos bancos e aos governos em todo o mundo, sendo que o pior da crise financeira ainda está por vir. De acordo com Relatório "a intervenção do setor público é necessária porque os bancos terão dificuldades em captar recursos de investidores". No período anterior, de crescimento econômico, nenhum banqueiro propôs repartir os lucros, porém agora querem que os contribuintes e a juventude paguem pela crise que eles criaram. Isso é inaceitável!
Ao invés de salvar os especuladores, os governos deveriam salvar os milhares de trabalhadores dos Estados Unidos e do mundo que perderam seus postos de trabalho e suas casas. Os recursos deveriam ser canalizados para os trabalhadores demitidos na Europa e aos milhares de famintos no mundo.
A juventude e os trabalhadores não devem pagar a conta!
Com tanta riqueza por aí, onde é que está
Cadê sua fração...
(Plebe Rude)
A crise é sentida no Brasil já há algum tempo. A disparada do preço dos alimentos e das tarifas, com o retorno do fantasma da inflação foi o primeiro sintoma. Todos já sentem que o poder de compra está diminuindo. A juventude é o setor mais atacado pela ausência de investimentos sociais. A declaração do Ministro do Planejamento Paulo Bernardo no Jornal do Globo que foi ao ar no dia 07/10/08, foi clara: "Se for decisão do presidente Lula fazer ajuste nós faremos, somos os campeões em cortes, somos os campeões em superávit primário", ou seja, o governo não medirá esforços para cortar gastos com salários e não cumprir o orçamento das universidades, uma vez que não poderá contar com a verba prevista anteriormente para o REUNI. Se o projeto original deste decreto que regulamenta a expansão sem qualidade do ensino superior já era precário, uma vez que o aumento de vagas não levava em conta a infra-estrutura necessária e nem o número de professores, sem verbas veremos que as universidades não suportarão fornecer uma educação de alto nível para seus estudantes. Não temos dúvida que a expansão tão propagandeada pelo governo Lula está ameaçada, pois não se terá garantia orçamentária com a chegada da crise.
Por isso desde já a mobilização é necessária para exigir os investimentos necessários para educação e as demais áreas sociais.
Boicotar o ENADE é defender uma avaliação de qualidade!
Em novembro, estudantes dos cursos de Arquitetura e Urbanismo, Letras, Matemática, Biologia, Ciências Sociais, Engenharia, Computação, Filosofia, Geografia, História, Pedagogia, Química e mais os cursos superiores em Tecnologia participarão do ENADE (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes).
Esse exame impõe uma avaliação aos estudantes através de uma única prova, padronizada nacionalmente, desconsiderando a diversidade social, econômica e cultural, bem como a organização pedagógica dos cursos. São selecionados alunos calouros e concluintes que servirão como “amostra de uma avaliação global”.
Ainda existem universidades que organizam cursinhos pré-ENADE para seus estudantes. Ora, se o curso oferece ensino de boa qualidade, se o curso compreende de forma adequada às diretrizes curriculares e às demandas da região ou do local onde é oferecido, por que motivo patrocinar cursinhos?
Por isso, no dia 09 de novembro os estudantes devem boicotar essa prova nacionalmente. É necessário começar a debater propostas alternativas de avaliação, sendo que o ANDES possui propostas de avaliação que podem servir como base de discussão para esse debate.
Boicotar essa prova é defender a participação de todos na elaboração de uma proposta de uma avaliação de verdade que tenha como fundamento a garantia de uma educação de qualidade.