sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Seguir o exemplo da juventude e dos trabalhadores da Grécia

Alexandros Grigoropoulos Vive!

Desde 2006 radicalizaram-se as lutas dos universitários gregos. Naquele ano foram 407 faculdade ocupadas e 50.000 pessoas mobilizadas em Atenas e Tesalônica contra a política educativa do governo. Uma das palavras de ordem de 2006 era a de que "um rio não volta atrás" para mostrar ao governo que os protestos apenas começavam. Em Novembro de 2007 os estudantes protestavam contra a reforma que pretende suprimir o monopólio público Estatal em relação à educação universitária. A Grécia não reconhece diplomas de universidades privadas provenientes de nenhum pais europeu, contrariando as diretrizes do processo de Bolônia. A greve de estudantes chegou a movimentar 200.000 universitários em toda a Grécia.

Esses processo foram organizados de forma comum com a classe trabalhadora do país. Por isso, os estudantes apóiam as lutas que enfrentam a lei de reforma das pensões aprovada no primeiro semestre de 2008. Na sequência apoiaram uma série de greves que culminaram numa paralisação geral dos setores público e privado. Os grevistas lutam contra a nova legislação e o aumento dos impostos mas também contra a privatização da Olympic Airlines. Exige-se aumento dos investimento sociais, o aumento das pensões e dos salários. Ao descontentamento social junta-se o descrédito moral do governo que perdeu dois ministros devido ao caso de corrupção do Mont Athos que custou aos trabalhadores gregos cem milhões de Euros.
Segundo estimativas do Departamento de Estatísticas da União Européia, 25% da população grega vive hoje abaixo do nível de pobreza. Mesmo jovens qualificados ganham menos de mil euros por mês, o que para o custo de vida do país é muito pouco. Bons empregos em departamentos públicos só são distribuídos a pessoas de confiança dos partidos no poder. No país, fala-se da "geração 700 euros", em alusão ao salário médio atingido pelos que iniciam suas vidas profissionais. O investimento público do estado em educação figura num dos mais baixos dos países membros da OCDE. Sem falar no alto número de jovens desempregados.
Esse é o caldo de cultura que explica os protestos gregos nos últimos dias. Infelizmente, a policia deixou mais de 50 feridos, 35 detidos e assassinou covardemente o jovem Alexandros Grigopoulos, de apenas 15 anos.
Apos este crime bárbaro as mobilizações radicalizaram na grecia com centenas de comércios, agencias bancarias e carros queimados. Firmemte a classe trabalhadora e a juventude responderam com as mobilizações no dia do enterro de Alexandros Grigopoulos e com a greve geral do dia 10/12/08.
Na Alemanha e Inglaterra a juventude organizou protestos contra o assassinato de Alexandros Grigopoulos. Em Berlim, no dia 08/12, o consulado grego foi tomado por manifestantes que entregaram aos funcionários um documento condenando a morte do estudante. Os manifestantes tiraram a bandeira grega do telhado do consulado e colocaram no lugar um cartaz com os dizeres "Estado assassino". Em Londres, manifestantes também ocuparam a embaixada grega.
Devemos seguir esse exemplos e em todos os países exigir punição para os assassinos e demissão das autoridades responsáveis pela repressão. Apoiamos as reivindicações da juventude e dos trabalhadores e exigimos que o governo Grego atenda todas as demandas. Repudiamos a forma truculenta e autoritária com que o governo grego tratou o movimento social legitimo em curso no país.
Propomos que o acampamento da juventude do Fórum Social Mundial seja transformado em uma gigantesca homenagem internacional ao jovem Alexandros Grigopoulos, que lutava por nosso futuro, por um mundo melhor para todos nós.
Vamos à Luta!

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