sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Quais as implicações de nos igualarmos com a Europa na educação universitária?

O Vamos à Luta publica artigo dos estudantes espanhois contra o Plano Bolonha. O fazemos para divulgar e nos solidarizarmos com um dos principais focos da luta da juventude Europeia.
Artigo de LAURA DE CASTRO VECINO
Tradução Vamos à Luta.

Nós vamos fazer uma pergunta: O que sabem do "Tratado de Bolonha"? Nada, Verdade? Não faço idéia, porque não?, Mas será que alguém sabe?, E para que serve exatamente? Não se alarme, porque o processo de desinformação acerca dessa reforma sobre o sistema educativo é total. Ninguém nos explica as implicações da introdução deste novo tratado europeu nas universidades espanholas. Iremos resumir brevemente, ainda que não se necessite de muitos conhecimentos para perceber as absurdas e perigosas medidas que começam a ser implementadas em algumas universidades, tanto para aqueles que são calouros como aos que estão formando-se, assim como para aqueles que pretendam entrar futuramente na Universidade. "Equiparação com a Europa." Por trás dessa maravilhosa premissa maquiavélica escondem-se os planos que visam o fim do ensino público gratuito no nosso país. Desaparecer as atuais diplomaturas de 3 anos e as licenciaturas de 4 e 5 para abrir caminho para Graduações e pós-graduações (uma vez finalizada a graduação), que vai permitir começar os seus estudos na Espanha e concluí-las em outra universidade européia. Mas nos igualamos com a Europa em algo mais? A resposta é simples: não. Este "fantástico" plano não é uma solução para a esmagadora diferença entre a educação na Espanha em relação ao restante da Europa. Ou seja, na Europa, o investimento na Universidade de l,7% do PIB em Espanha apenas l,2%; as taxas sobem até 6,4%, os salários não. No que conpete as bolsas 40% dos estudantes europeus recebem alguma assistência, enquanto na Espanha são apenas cerca de l5%; O tratado de Bolonha não é igual a essas cifras. Mas ... como gostamos de dizer "sim" a tudo que vem da Europa ... nos dá a sensação de que nem mesmo as pessoas que tenham adotado este tratado sabem o que o que ela vai consistir, nem muito menos sabem como ele vai afetar as universidades espanholas ou mais particularmente, sobre as nossas próprias, a Universidade de Salamanca e Valladolid. Cria um novo sistema de créditos. Um crédito é o que um universitário adquire por assistir certas horas de aulas em uma disciplina. Bem, com este novo sistema, dentro dos créditos se recorre as horas não letivas que os alunos dediquem a estudar em casa. Ao matricular-se em uma certa disciplina, se faz um calculo das horas de estudo doméstico que são necessárias. Esse créditos são adquiridos por aquilo que aprendemos em casa. Evidentemente, se essas horas de estudo sozinho forem transformadas em uma aula particular, parte-se com claras vantagens sobre o resto de seus pares que não podem arcar esta despesa extra. Parece que aumenta o orçamento dos universitários, certo? No entanto, este novo regime de crédito exige que os alunos se dediquem integralmente ao estudo. Como vai se bancar um estudante universitário de Zamora estudando e morando em Salamanca ou Valladolid sem a possibilidade de combinar seu estudo com um trabalho e outras atividades complementares? A resposta também é simples: não pode. Por quê? Porque o novo plano contempla a obrigatoriedade da assistência as aulas, de 36 a 40 semanas, que dizer, 200 dias, que segundo o novo sistema de créditos o estudante deve ocupar umas 9 horas diárias ao estudo universitário tanto dentro como fora das aulas. Pois bem, futuros universitários, se você tiver um irmão ou irmã e à sua renda familiar não chega até 1090 euros por mês, um pré-requisito indispensável para a obtenção de algum tipo de Bolsa, nem pense em estudar, pois não terão bolsa. Nem é possível combinar o estudo com um emprego, a não ser que idealizes um método para dormir 3 horas, e gaste apenas 1 em suas refeições e fique apenas com uns poucos minutos de tempo livre. Alem disso, nada de grandes deslocamentos pois o dia possui apenas 24 horas. Mas cuidado, as bolsas que conhecemos, desaparecem e são substituídos pela ajuda oferecida por bancos como um empréstimo, ou seja, se você vai ser contemplado com uma bolsa, você tem que ir a um banco para receber dinheiro que tem de ser devolvido dentro de um prazo determinado. Como é que você vai devolver esse dinheiro se você não consegue recuperá-la trabalhando? Também desaparecem o trabalho remunerado em empresas, ou seja, um estudante estagiário passa a ser mão-de-obra barata e gratuita.
Alguns desses pontos parassem rentáveis para qualquer família media espanhola ou para o ensino médio em geral? O que é mais surpreendente é que poucos de nós sabemos o que é este plano e somos contra esta nova adaptação da educação para a Europa que nós vamos acabar pagando todos de forma igual. Como vimos nas assembléias organizadas nas distintas cidades, este tratado não traz nada de bom, e em rapidamente poderemos comprovar. E é esse o problema é que querem fazer começar a casa pelo telhado, pelo ensino universitário, onde o problema pode ser no inicio da educação. É mais rentável fazer uma reforma a partir do início do ensino. Ou não é mais lógico?. Mas no final, o que estamos tentando fazer é nos manter fora deste processo e, sem pensar nos espanhóis, querem aprovam um decreto no qual somos supostamente igualados a Europa, na educação, mas estamos apenas em correspondência, por um lado, porque assim como tenho dito anteriormente, bolsas, subvenções, ou o dinheiro que o Estado invista na educação é muito mais elevado em qualquer país europeu que na Espanha. Não estamos a pedir muito. Custa muito nos informar, nos perguntar e comentar o que vamos ter que passar em breve na faculdade? Isso é difícil? Parece que sim, e parece que dá no mesmo se a reforma sai bem ou mal. Não se leva em conta e desprezam o que pensam os estudantes, porém, não deveria ser assim, porque somos nós que formamos a universidade e manter viva ano após ano. Estamos cansados de sermos desprezados, de que não nos perguntem nada, de que existam desigualdades no interior da universidade. Tudo isto seria mais fácil se bem feito desde o início ... Para fazer isso, devem contar conosco, devem nos escutam e levar em conta as opiniões dos verdadeiros afetados, nós, os estudantes, e parar de nos tratar como simples cobaias. Para isso, todos devemos saber o que é esta reforma, não só os estudantes. Devemos informar todos aqueles que não conhecem as conseqüências dos Planos de Bolonha ajudando e contribuindo com nosso granito de areia e mostrando nossa discordância.

Um comentário:

julio miragaia disse...

camarada, sugiro um contador de visitas p o blog