terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Carta à juventude Chilena

Abaixo publicamos carta que o Vamos à luta enviou aos companheiros do Chile que construem a Assembléia Coordenadora dos Estudantes Universitários e Secundaristas - ACEUS.
Esta iniciativa é parte de uma relação que iniciou na ocupação da UnB e se aprofundou após a estadia de Denis Vale e Julia Borges, dirigentes do Vamos à Luta e do DCE da UNAMA, no Chile no mes em julho de 2008.
Na carta apresenta-se uma série de iniciativas a serem realizadas no interior do Fórum Social Mundial

Prezados companheir@s do Chile,
Durante o Fórum Social Mundial-FSM milhares de jovens do mundo inteiro virão a Belém do Pará, uma das capitais da Amazônia, em busca de um novo mundo, uma nova sociedade e de uma alternativa frente à barbárie do sistema capitalista.
A crise econômica está sendo combatida nas ruas de todo o planeta. Os estudantes italianos gritam nas ruas de Roma: La vostra crisi non la paghiamo". Os estudantes italianos e espanhóis ocupam centenas de escolas e universidade numa “onda anômala” de protestos que contagia ao velho continente.
A juventude da Grécia marcha com força e realizou uma greve geral em dezembro ao lado dos trabalhadores após o assassinato de Alexandros Grigoropoulos, de apenas 15 anos.

“De la sala de clases a la lucha de clases”
Em nosso continente o movimento pingüino é o exemplo a ser seguido por todos jovens latino-americanos. A resposta da juventude chilena contra o fato de 10% da população mais rica ganhar 31 vezes mais que os 10% mais pobres deve ser generalizada no Brasil, Argentina, Colômbia, Peru, Venezuela, México ...
A luta contra a educação de mercado e a forma de democracia direta com voceros revogáveis a qualquer momento e assembléias gerais para decidir os pontos mais importantes das mobilizações possibilitou com que a ACEUS fosse até a raiz do problema da educação e assumisse uma postura de classe: a estratégia da luta contra o sistema capitalista e em defesa de um governo do povo Chileno.

Construir um espaço que unifique a juventude lutadora
Durante o FSM os partidos que estão na direção do Fórum ao estilo da “concertación” chilena, querem apresentar a juventude mundial, um “novo mundo” apoiando os governos burgueses de Lula, Kirchner e Bachele. Querem confundir os jovens de que a transformação está no voto e que não é preciso lutar para que tenhamos um mundo melhor.
Os empresários, os burgueses, se organizam de forma internacional para que os seus planos de ajustes sejam aplicados. Para isso possuem o G20, o FMI o Banco Mundial e o Fórum de Davos.
Somente a unidade dos que lutam pode por abaixo os projetos de privatização e de retirada de direitos.
Devemos dar um passo importante para a solidariedade entre a juventude, os trabalhadores e o povo a partir do FSM. Enquanto os chilenos ocupavam a embaixada brasileira era possível que no Brasil a juventude realizasse um ato simbólico que chamasse a atenção da imprensa internacional, mostrando que a luta chilena é a luta de todos os jovens da América Latina.
Desde as terras brasileiras nos dirigimos à juventude do Chile que constrói a combativa Assembléia Coordenadora de Estudantes Universitários e Secundaristas-ACEUS. Dirigimos-nos a vocês, companheiros, para propor-lhes a realização de uma agenda de atividades comuns no FSM de janeiro de 2009.
Propomos a construção de um grande debate sobre a situação da juventude latina e internacional, para divulgarmos as lutas da juventude do Chile para nos solidarizarmos com a luta dos estudantes italianos e Espanhóis. Propomos também a realização de um ato internacionalista em meio ao acampamento da juventude para mostrar aos donos do mundo que a juventude mundial está em pé de guerra e que nada vai nos parar!!!
No FSM queremos render nossa homenagem ao bravo combatente Alexandros Grigoropoulos, que representa a luta de todos nós. Propomos transformando o acampamento de juventude em um monumento vivo internacional em sua memória.
Se os imperialistas roubam nosso futuro, roubaremos o sossego dos magnatas globais! Enquanto eles têm sonhos mesquinhos e individuais, querem enriquecer as custa da miséria de milhões, nos construímos desde baixo, com muito sacrifício um projeto coletivo forjado nas lutas, nas ocupações, nas passeatas e no apoio as greves da classe trabalhadora.
Não há duvidas de que nosso projeto para a sociedade é melhor do que o deles e que o futuro nos pertence.
No FSM devemos globalizar o grito da juventude italiana de que não pagaremos pela crise econômica! Esperamos poder realizar essas e\ou outras iniciativas conjuntamente no interior do FSM.
Contamos com vosso apoio!
Vamos à luta – Brasil – Dezembro de 2009.

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