A juventude e os trabalhadores não pagarão pela crise e pelas bombas genocidasA crise iniciada nas finanças dos EUA já se espalhou por todo globo. Nos EUA, milhares perdem suas casas, não têm acesso a programas de saúde e estão desempregados. Na Europa, Ásia e América Latina milhares de trabalhadores são demitidos ou estão em férias coletivas. A fome cresce em todo o planeta, sobretudo na África.
Ao longo da história, o sistema capitalista tem roubado o futuro de inúmeras gerações em nome da sede incessante pela acumulação. Agora, ao invés de um plano para salvar os seres humanos da barbárie capitalista, o covil de bandidos do G-20 reúne-se para utilizar o FMI e os bancos centrais dos países para salvar os banqueiros e os especuladores. Orquestram um saque aos cofres públicos.
Esta crise também de dominação política e militar por parte do imperialismo hegemônico estadunidense está ligada à derrota dos seus planos no Iraque, Afeganistão e Oriente Médio, onde não conseguiu derrotar a resistência armada do movimento de massas. Na América Latina não conseguiu impor sua política golpista contra Chávez na Venezuela em abril de 2002. A Casa Branca também não teve força suficiente para implantar uma ditadura militar ou dividir a Bolívia através dos fascistas da meia lua.
O declínio do presidente Bush simboliza problemas do imperialismo para aplicar sua estratégia. A contra-ofensiva bélica de 2001 e as respostas econômicas atolaram no deserto iraquiano, nas montanhas do Afeganistão, Beirute, nos bairros populares de Caracas e nas recentes mobilizações contra a crise em Wall Street.
Apesar das expectativas de amplos setores sociais na de eleição Obama, a política americana seguirá a mesma trilha praticada atualmente. O novo inquilino da Casa Branca manterá a políticas de ajuste contra o movimento de massas a nível mundial. Prova disso é sua posição ante o atentado nazista de Israel na faixa de Gaza. Trata-se de uma ação desesperada que visa derrubar o governo do Hamas, democraticamente eleito, visado retomar o controle do Oriente Médio.
Em nosso continente a luta dos trabalhadores começa a colocar na ordem do dia a bandeira da frente de países devedores após a declaração de moratória por parte do governo do equador
Paralelo a globalização da miséria globalizam-se as lutas e mobilizações contra os efeitos da crise econômica e social. A juventude é exemplo claro disso, protagonizando levantes em diversos países provam a nova situação do movimento estudantil mundial.
A derrota do CPE na França abriu um novo período de lutas para juventude globalA mobilização dos imigrantes franceses em 2005 recolocou a juventude no centro do noticiário
político mundial. Uma verdadeira "intifada" aconteceu nos subúrbios de Paris. Era o prenuncio das mobilizações que derrotaram o contrato do Primeiro Emprego em 2006.
Ocupações de reitoria e greves que derrotaram o projeto de flexibilização trabalhista na França em 2006 foram uma contundente demonstração do poder da juventude para os próprios jovens do mundo. Jovens mobilizados não aceitaram a lógica neoliberal dos contratos precários de trabalho, não compartilham o diagnóstico de que precisamos aceitar o fim das garantias trabalhistas. Foi recuperado o que houve de melhor no maio de 1968: a unidade com a classe trabalhadora. As greves gerais contra o CPE paralisaram o país, contaram com a paralisação da classe operária francesa.
A partir da vitória do CPE, em todo o planeta os jovens sentiram que podiam triunfar como os franceses. Assistimos a luta por democracia no Paquistão e Miamar com bastante protagonismo juvenil. As mobilizações contra o G8 na Alemanha em 2007. Em Oaxaca no México, a luta tinha um de seus principais focos na universidade e em conjunto com a população constitui-se uma Assembléia Popular.
A explosão da juventude pinguina no Chile em 2006 foi parte dessa nova situação mundial e um de seus mais avançados pólos em função de nova rebelião de 2008 e da consolidação da Assembléia Coordenadora de Estudantes Universitários e Secundaristas (ACEUS).
A onda anômala nas universidades européias
Na Itália, universitários e secundaristas em greve realizaram gigantescas manifestações nas principias ruas das cidades. Em Roma gritam nas ruas “La vostra crisi non La paghiamo”, chegando a reunir 1 milhão de manifestantes enfrentando a repressão da policia exigindo a demissão da Ministra da educação Gelmini. São meses de mobilizações por toda Itália, ocupações de universidades e aulas públicas em praças e locais simbólicos. Este processo, que cresce e contagia através de sua irreverência, é chamado de "Onda Anomala".
Na Espanha a Onda Anômala é surfada, sobretudo através das ocupações contra o processo Bolonia. Os estudantes que ocupam o prédio histórico da administração da Universidade de Barcelona resumem o sentido das ocupações e passeatas: "¡¡PAREMOS LAS CLASES PARA PODER ESTUDIAR!!". A ocupação da Universidad de Zaragoza proclama uma das palavras de ordem das ocupações espanholas: "Una, cien y mil facultades ocupadas". Trata-se de uma atualização do que Che Guevara dizia em 1967 na sua mensagem aos povos do Mundo: fazer um, dois muitos
Vietans. Em Salamanca a greve chegou a mobilizar nas ruas cerca de 8 mil pessoas. Em Valencia
foram 15 mil pessoas protestaram no centro da cidade.
Tanto na Espanha quanto na Itália os processos de luta são convocados por assembléias de estudantes, pela base. Os métodos de construção e articulação são absolutamente democráticos, fugindo da estrutura de aparelhamento que sempre o stalinismo e a social-democracia impuseram aos movimentos sociais. Surgem assembléias e espaços de coordenação da luta para dar conta das demandas da onda.
Seguir o exemplo da juventude e dos trabalhadores da Grécia
Alexandros Grigoropoulos Vive!
Desde 2006 radicalizaram- se as lutas dos universitários gregos. Naquele ano foram 407 faculdades ocupadas e 50.000 pessoas mobilizadas em Atenas e Tesalônica contra a política educativa do governo. Em 2007 os estudantes protestavam contra a reforma que pretende suprimir o monopólio público Estatal na educação universitária. A Grécia não reconhece diplomas de universidades privadas provenientes de nenhum país europeu, contrariando as diretrizes do processo de Bolonia. A greve de estudantes chegou a movimentar 200.000 universitários em toda a Grécia.
Esses processos foram organizados de forma comum com a classe trabalhadora do país. Os estudantes apóiam as lutas que enfrentam a lei de reforma das pensões aprovada no primeiro semestre de 2008. Na sequência apoiaram uma série de greves que culminaram numa paralisação geral dos setores público e privado; uma luta contra a nova legislação, o aumento dos impostos e também contra privatização. Exige-se aumento dos investimento sociais, das pensões e dos salários.
Infelizmente, a policia respondeu a esta luta com mais de 50 feridos, 35 detidos e assassinou
covardemente o jovem Alexandros Grigopoulos, de apenas 15 anos.
Após este crime bárbaro as mobilizações radicalizaram na Grécia com centenas de comércios, agências bancárias e carros queimados. A classe trabalhadora e a juventude responderam com mobilizações no dia do enterro deste jovem e com uma greve geral.
Na Alemanha e Inglaterra a juventude organizou protestos contra o assassinato do estudante. Em Berlim consulado grego foi tomado por manifestantes que condenando a morte do estudante, tiraram a bandeira grega do telhado do consulado e colocaram no lugar um cartaz com os dizeres "Estado assassino". A onda atravessou o atlântico e começar a ser sentida na juventude americana, que protagonizou a ocupação da universidade de Nova Yorque.
Devemos seguir esses exemplos exigindo punição para os assassinos e demissão das autoridades responsáveis pela repressão. Apoiamos as reinvindicações da juventude e repudiamos a forma truculenta e autoritaria com que o governo grego tratou o movimento social legítimo em curso no país.
A unidade com a classe trabalhadoraEm todos estes processos prima a unidade com os trabalhadores. Os protestos da Itália e Espanha são conjuntos com professores e demais trabalhadores da educação. Há unidade com trabalhadores da saúde e demais setores sociais precarizados. Nissan, Pirelli, Delphi e outras empresas estão em conflito na Espanha. Em Portugal, se manifestaram 120.000 professores e estudantes em novembro.
Esse caminho é apontado como central pela Coordenadora de Assembléias de Estudantes de Institutos de Madri. Ao explicar os motivos para apoiar a greve de professores em 3 de dezembro de 2008 afirmam: "o único país europeu onde se conseguiu deter o plano de privatização do ensino foi à Grécia e se fez mediante importantes e numerosas mobilizações unitárias que incluíam amplos setores que não eram da comunidade educacional. Por isso, é imprescindível que lutemos para conseguir um forte movimento unitário onde estejam juntos estudantes e professores ( de institutos e universidades) . Porem também é fundamental coordenar-se com outros setores que estão em luta contra a crise (privatizações, demissões, fechamento de empresas)... "
Mais do que nunca devemos fazer mobilizações unitárias para exigir que os capitalistas paguem pela crise que criaram. Para defender o salário dos trabalhadores e de nossas famílias. Para defender a escola e as universidades públicas.
Um exemplo da vinculação com as demandas do povo trabalhador pode ser retirado da luta dos estudantes do Marrocos. Na universidade Alkadi Ayad, na capital do país, os estudantes exigem direito a bolsa mensal e melhorias nas condições da moradia universitária. Aliam essa luta a bandeiras contra a corrupção e contra a monarquia que governa o país de forma repressiva.
Todos ao Fórum Social Mundial!
Transformar a onda de lutas na Europa em um tsunami de protestos coordenados!
Entre os dias 27/01 e 01/02 milhares de ativistas se reunirão no Fórum Social Mundial-FSM em Belém, em busca de uma alternativa, da possibilidade de outro mundo. Será o momento de coordenar as lutas contra a crise econômica. Em todos as lutas prima a unidade com os trabalhadores. Os protestos da Itália e Espanha são conjuntos com professores e demais trabalhadores da educação. Há unidade com trabalhadores da saúde e demais setores sociais precarizados. Em Portugal, se manifestaram 120.000 professores e estudantes em novembro. Nos EUA os operários de Chicago, após ocupação da empresa conseguiram vitórias. O mesmo foi visto com operário da GM na argentina que evitaram demissões.
Mais do que nunca devemos fazer mobilizações unitárias para exigir que os capitalistas paguem pela crise que criaram. Para defender o salário dos trabalhadores e de nossas famílias. Para defender a escola e as universidades públicas. Além de Rechaçar os ataques aos palestinos.
No FSM estaremos realizando uma série de atividades sobre as lutas internacionais da juventude e em solidariedade ao povo palestino conjuntamente com a ACEUS, coletivos estudantis da Venezuela e Argentina.
Prisão aos assassinos de Richard Gallardo, Luis Hernández e Carlos Requena
O vamos à luta impulsiona no Brasil a campanha internacional da União dos Trabalhadores venezuelanos em repudia ao assassinato de dirigentes sindicais no Estado de Aragua. Propomos que as Ca's do CONEB aprovem uma resolução exigido punição aos assassinos e mandantes desse brutal crime político. Mais informações em
http://www.uit-ci.org/ e
http://www.laclase.info/.
Repudiamos a agressão ao povo palestino
Somos todos Palestinos!Na maior ofensiva de Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967, vemos uma guerra de "Davi contra Golias", pois do lado de Israel, nem ao menos 10 mortes foram detectadas. É uma afronta chamar o Hamas de Terrotista, quando Israel possui 200 ogivas nucleares, caças F-16 poderosíssimos; tanques, mísseis com alcances superiores ao Katiucha ou Qassam de fabricação caseira, lançados pelo Hamas.
Em todo o mundo muçulmano ocorreram mobilizações contra o genocídio protagonizado por Israel. Na Europa ocorreram manifestações nas principais capitais envolvendo milhares de pessoas Repudiamos o genocídio orquestrado pelo Estado Sionista de Israel ao povo palestino situado em Gaza e exigimos o fim imediato dos bombardeios a Gaza e à retirada de Israel do território palestino. Essa é a única possibilidade de paz no Oriente Médio. Foi Israel quem por primeiro quebrou a trégua decretada em junho deste ano, quando ao ser anunciado a vitória de Barack Obama, atacou e matou 5 militantes palestinos, com a desculpa de destruir um túnel.
Saudamos a coragem dos jovens militantes palestinas que com pedras nas mãos, com armas em punho, com suas intifadas enfrentam o nazismo de Israel, patrocinado pelo governo dos EUA. São crianças, adolescentes que deixam de lados seus sonhos individuais para lançar-se na luta.
Viva o povo palestino! Pelo fim dos bombardeios! Fim do estado nazista de Israel! Que o governo brasileiro rompa relações diplomáticas com o estado fascista de Israel!
Que os trabalhadores e a juventude de Israel repudiem as ações contra o povo palestino! Em defesa de uma palestina laica, democrática e não-racista.
E no Brasil...
Da “marolinha” ao pacote de LulaAs bravatas de Lula sobre as condições excepcionais do país que o isolariam da crise e a teoria sobre o “descolamento” bateram de frente com a realidade. As férias coletivas, suspensões e demissões já começam a acontecer na indústria automobilística, nas autopeças e construção civil, os mesmos que tiveram lucros bilionários e que agora se apressam a passar a fatura da crise para os trabalhadores. A inadimplência aumentou e o comércio esfriou.
O FMI pese a ser “criticado” volta à cena, e seu presidente declarou que o fundo tem U$S 250 bilhões a disposição dos países emergentes para pressionar assim por novos endividamentos.
As novas medidas com a autorização para que bancos oficiais (CEF e BB) comprarem instituições financeiras privadas e empresas com problemas, significa que essas instituições que recebem ajuda do Estado, uma vez recuperadas, serão revendidas à iniciativa privada, indicando um maior processo de concentração no setor financeiro. São os banqueiros os grandes beneficiados, enquanto os desabrigados de Santa Catarina e Minas Gerais não possuem o mesmo privilégio.
O Brasil não está melhor, pois sua dependência do mercado mundial e do sistema financeiro internacional é maior após anos de neoliberalismo, abertura econômica e financeira, privatizações e maior presença de multinacionais em setores chaves da economia e que se aprofundou no governo Lula.
As previsões de crescimento para 2009 são de apenas 2,8%. Isto tem levado a que setores do governo, comecem a reavaliar o orçamento para o ano que vem, sob a pressão de setores da classe dominante que querem a redução dos gastos públicos, com a suspensão dos concursos, congelamentos salariais e não cumprimento dos acordos com os servidores, tudo para se ter um ‘Fundo de reserva’ no sentido de aumentar o superávit primário penalizando ainda mais estados e municípios com cortes de investimentos.
Não bastasse a crise, assistimos a continuidade da corrupção no país através da perseguição orquestrada pelo Palácio do Planalto contra o delegado Protógenes Queiroz da operação Satiagraha. Tudo para beneficiar o novo amigo de Lula, o banqueiro mafioso Daniel Dantas.
Somente a luta e a mobilização podem evitar que o povo pague pela crise!
Que a crise seja paga pelos banqueiros e especuladores!
A universidade pública não pode ser privatizada – Derrotar a contra-reforma universitária
Desde 2004 o gov. Lula passa atacar sistematicamente a educação superior no país. Diante de um projeto de reforma que não representava os anseios da comunidade acadêmica, tem início um grande processo de mobilização que em 2004 barra o 1º projeto apresentado pelo governo. Em 2006 surge um novo elemento nas lutas universitárias, a Frente de Luta nacional, rechaçada veementemente pela direção majoritária da UNE que se colocou ao lado do governo no aprofundamento do processo de privatização e sucateamento do ensino público. Em 2007 explode um forte processo de mobilização com ocupações que varrem o país e em 2008 culmina com o grande símbolo de luta e conquista: a ocupação da UnB.
Frente ao fortalecimento das lutas no Brasil, o governo passa a apostar no ataque e criminalização dos movimentos, a exemplo do que fez a nosso grande aliado ANDES-SN, a truculência passa a ser a ordem do dia, polícia e seguranças dispersavam mobilizações e agrediam estudantes na luta contra o Reuni, por exemplo. Além disso, conta a mídia para ganhar credibilidade e confiança da sociedade, diversas foram as propagandas oficiais para defender as mudanças nefastas aplicadas na educação, a última com reitores das federais, braços-direito de Lula na destruição da universidade públicas, nossos velhos conhecidos, apresentam nossa educação contrariando a dura realidade que enfrentamos. Possui ainda o apoio das grandes TV’s, também inúmeras foram as reportagens em defesa do Enade, por exemplo, ou mesmo do Reuni nos telejornais e jornais de grande circulação; o engodo sobre o Enade é muito claro, a divulgação das baixas notas demonstram os problemas nas universidades, mas o governo culpa o boicote promovido há anos pelo mov. Estudantil, um elemento positivo pois o governo reconhece o boicote como método de luta contra esta avaliação. Porém, mais de 60% da nota das universidades não sai das provas, mas sim da avaliação da própria universidade, feita por visitas do MEC.
Apesar de tudo, os estudantes não se deixaram enganar, e as ocupações e mobilizações não pararam. E, é esse o caminho que devemos seguir em 2009. O país acaba de entrar no furacão da crise econômica mundial e vários ajustes já estão sendo feitos pelo Gov, de forma a salvar empresários e banqueiros, porém o corte no orçamento geral de 2009 da União é de R$12 bilhões. Sabemos que nesse contexto maiores serão os ataques à educação, para 2009 já foi aprovado pelo Congresso o corte de R$ 1,8 bilhão no orçamento do MEC.
Ou seja, a crise econômica para as universidades públicas significa corte de verbas, ou seja, menos bandejão, menos livros nas bibliotecas, não contratação de professores, não realização de concursos públicos, salas mal estruturadas, menos bolsa de pesquisa e extensão, falta de segurança, etc.
Mais que nunca esse o momento de unir os lutadores me defesa do ensino público e ocupar universidades e as ruas do país por ensino de qualidade!
Educação pra transformar, libertar!!!
Frente as demandas existentes na universidade e a necessidade de transformação no ensino superior brasileiro para a construção de uma educação transformadora e que dê respostas à sociedade, devemos lutar a fim de cessar os ataques do gov. federal.
Pelo fim do veto do Gov. Lula ao PNE / Dinheiro p/ educação e não para salvar bancos / Contratação de professores e técnicos p/ concurso públicos / Aumento nº de bolsas de pesquisa e extensão / Fim da DRU /Fim do Enade, por avaliação de verdade / Financiamento público para univ. públicas / 10% do PIB para educação
Movimento estudantil de luta e combativo
O movimento estudantil e a juventude foram protagonistas de muitas lutas no ano de 2008. As ocupações mais uma vez deram o tom como método de luta do movimento. Com uma pauta que colocou em debate duas questões muito importantes na formulação do projeto de universidade: Democracia e Fundações. O ME demonstrou que resgatou o vigor de épocas passadas.
UnB: uma grandiosa ocupação para começar 2008.
Sem dúvida que no decorrer do ano o ME deu provas de sua mobilização através de inúmeros processos, tanto nas Universidades/ faculdade pagas como nas públicas, mas sem dúvida também que um dos maiores processos desse ano foi a ocupação da Universidade de Brasília, ocupação da Universidade, pois durante duas semanas os vitoriosos estudantes comandaram uma das grandes universidades do país. Foram semanas de muitas mobilizações e lutas que vieram coroar os 40 anos do maio Francês.
Fundações privadas e democracia.
A ponta do Ice Berg foi o escândalo envolvendo a maior fundação privada da UnB. A FINATEC. Fundação que financiou a reforma do apartamento funcional do ex-reitor Timothy Muholland e que servia de fachada para enriquecer professores e bancar caprichos pessoais de Timothy e sua quadrilha. Esse escândalo revelou o papel promiscuo das fundações dentro da UnB e seu significado negativo na conformação de um projeto de universidade pública e gratuita. Junto com a crise das fundações foi colocado em questão a democracia dentro das IFE’s que sempre geridas por grupos ou quadrilhas que se apoiavam nas fundações para levar a cabo o seu projeto privatista de universidade, sempre negou espaço para a participação dos estudantes que constantemente reivindicavam a paridade nas eleições para Reitor.
Mas a ocupação da UnB veio expor à sociedade o quanto era nefasto esse projeto e com apoio dos mais diversos movimentos sociais e da população, que doava alimentos aos ocupantes, conseguiu colocar para fora a quadrilha de Timothy e Cia, que caíram com a força da mobilização, abrindo dessa forma no ME uma nova batalha dentro das universidades. Os estudantes da UnB conseguiram a paridade potencial, o descredenciamento de umas das fundações, fim das taxas de formatura, ampliação das bolsas de permanência, um melhor atendimento da casa dos estudantes e uma abertura maior no diálogo entre os três segmentos da universidade junto à reitoria. Tudo isso conquistado com a luta da poderosa ocupação da Universidade de Brasília.
Depois da UnB muitos questionamentos foram feitos sobre as fundações e o Ministério Público resolve agir. Desde Santa Maria no RS passando pela UFF no RJ outros escândalos foram levantados e descobriu-se que muito além da UnB as universidades públicas brasileiras passavam pelos mesmos problemas ocorridos com as fundações privadas da universidade de Brasília.
No segundo semestre de 2008, o TCU (Tribunal de Contas da União) realizou auditoria em 16 universidades federais e detectou irregularidades no uso das fundações de apoio em todas estas instituições -- entre as auditadas estão UFMG, UFPR e UFBA. Entre os problemas apontados, há a falta de prestações de contas, dispensas ilegais de licitação, concessão de bolsas de estudo "exorbitantes" , contratação de funcionários das fundações de apoio para ocupar cargos sem concurso público, entre outros.
O governo Lula editou um decreto que “regularizava” as fundações mas que garantia ainda uma grande importância a essas entidades, mantendo a lógica de manter interesses estranhos à finalidade das universidades públicas.
UNIFESP e UFMT continuam a luta da UnB
Na UNIFESP também estourou mais um escândalo de corrupção com o uso dos cartões corporativos por parte do Reitor. Como no governo Lula a Reitoria da UNIFESP seguiu os escândalos do primeiro escalão de Lula e utilizou ao seu bem prazer os cartões.
Só que os estudantes da UNIFESP reagiram e com a sua mobilização conseguiram derrubar mais uma cúpula privilegiada nas universidades fazendo com que fossem realizadas novas eleições para a Reitor.
Na UFMT uma ocupação colocou em voga a falta de democracia e exigiu eleições paritárias para Reitor
Na UNEMAT em grande congresso universitário se aprovou o descredenciamento da fundação privada daquela universidade.
Além da pauta democrática e das fundações ainda ocorreram lutas pela assistência estudantil, melhores condições de ensino, melhores estruturas e contra a repressão. Todos os processos como parte do revigoramento do ME nacional. Como em 2007 tivemos muitas lutas, mas com o diferencial de que conquistamos muito mais em 2008.
Descredenciamento das fundações privadas/ paridade nas universidades / por uma expansão com qualidade, contra o Reuni / mais verbas para assistência estudantil
A construção da Unidade não pode ser apenas uma palavra de ordem.
Mesmo com essas conquistas no ano de 2008 foram poucos os momentos em que os setores da esquerda do ME e independentes do governo conseguiram construir a unidade. Isso ocorreu porque a grande proposta de unificação que foi a frente de luta contra a reforma universitária não conseguiu responder de conjunto as lutas do ME. Alguns setores como a CONLUTE apostaram em construir um congresso de estudantes e em políticas que não unificavam como foi o caso do plebiscito do REUNI que de forma enviesada se propôs a medir quem de fato era mais conseqüente na luta contra o decreto do REUNI, apesar de estarmos juntos em todas as ocupações para derrotar esse decreto. Por outro lado setores que compõem a FOE não produziram ou deram encaminhamento as propostas aprovadas nos Fóruns do movimento, chegando a votar, de forma equivocada, no projeto de ref. Universitária apresentado pela direção majoritária da UNE no último CONEG, um projeto generalista que de fundo se propunha a disputar a ref. Universitária do governo – reforma esta que somos contra!
Isso representa uma preocupação para o ME que combate as políticas da majoritária da UNE, pois a falta de unidade pode fazer perder de vista a pauta que nós unifica e conseqüentemente mais uma vez impedir de apontar uma política global por parte da esquerda ao conjunto do movimento estudantil.
Por isso defendemos a unidade da esquerda do ME independente se está fora ou dentro da UNE, o fortalecimento da FRENTE DE LUTA apoiando-se no ANDES como já foi feito na Marcha do dia 11 de novembro em Brasília. E apostamos na unidade da esquerda da UNE, da FOE, da CONLUTE, das entidades que constroem uma nova entidade, das executivas, federações, DCE's e CA's para fortalecer as lutas na base. Devemos potencializar lutas, unificar o movimento combativo para avançar em conquistas e iniciar a construção uma nova direção para o movimento estudantil.
Majoritária da UNE: mais um ano ao lado de Lula
Dentro desse contexto pouco ou quase nenhum foi o papel que cumpriu a maioria da diretoria da UNE. Na ocupação da UnB marcaram posição como parte da pressão dos estudantes, nos outros processos nem nota de apoio saiu. Tudo isso ocorreu porque mais uma vez sua proposta foi garantir os esforços necessários para construir a sua sede no Rio de Janeiro. Em um toma lá da cá com Lula prometeu ficar quieta e fazer pouco barulho em troca de mais financiamento para a entidade que não conformada com os 30 milhões do orçamento da nova sede pegou mais de R$ 2 milhões para a caravana da saúde da UNE que foi um verdadeiro fiasco e revelou o quanto está distante da base a entidade. Em alguns lugares víamos mais funcionários do Ministério da Saúde do que realmente estudantes.
Neste CONEB tem o eixo de aprovar o projeto da UNE de Reforma Universitária já que o projeto defendido pelo governo e pela UNE não decolou no congresso e o próprio governo adotou outras formas de tocar as reformas, como foi o caso do REUNI, a majoritária se viu na necessidade de reviver uma nova proposta. Essa proposta apesar de alguns pontos progressivos (10% investimento na educação e desvinculação da DRU) o mesmo não apresenta criticas a reforma que o governo vem implementando como O PROUNI, Reuni, inovação tecnológica, EAD etc...
É um absurdo que, enquanto o governo tenta privatizar os hospitais universitários, a majoritária da UNE recebe dinheiro do governo para fazer propaganda do mesmo, ou que lance nota contra o corte no orçamento do MEC de 2009, mas se cale sobre recursos para salvar banqueiros. Uma política nefasta que só reafirma o quanto está entidade está atrelada ao governo dos banqueiros e empreiteiras.
Educação de qualidade sem aumento da mensalidade
A educação superior no Brasil se torna cada dia mais um negócio para os grandes empresários, das 2.398 instituições de ensino superior, 2.141 são privadas o que na prática significa que mais de 80% de todos os estudantes no Brasil, precisam pagar para ter o “direito” de cursar uma instituição superior.
O gov. Lula, seguindo o exemplo dos governos da ditadura à FHC, segue concedendo isenção de impostos, financiamentos a baixíssimos juros e total desregulamentaçã o para os empresários da educação lucrar. Enquanto isso, os estudantes sofrem com o aumento de mensalidade todos os anos, cobrança de taxas e falta de qualidade na formação, mesmo assim a direção majoritária da UNE (UJS, PT, PMDB...) prefere estar do lado do governo contra os estudantes.
Ao contrário da propaganda oficial, os PROUNIstas têm enfrentado inúmeras arbitrariedades das mantenedoras. Um absurdo, pois os empresários recebem isenções fiscais milionárias e respondem com ataques aos estudantes. Com o dinheiro que se deixa de arrecadar com o PROUNI era possível quadruplicar o número de vagas nas universidades públicas. Queremos bolsas retiradas dos lucros das mantenedoras e não com o repasse de verba pública a empresários. Defendemos todos os direitos e o fim das perseguições aos PRONUIstas.
Neste final de ano todas as mensalidades foram reajustadas, mas pouco servirá para melhorar a estrutura, os laboratórios, a biblioteca, os professores e a extinção de taxas, somente com a organização e a mobilização dos estudantes é possível construir um ensino de qualidade sem aumento da mensalidade!
Unisantos, Unama, PUC... a resposta dos estudantes em luta
A onda de lutas da juventude no Brasil e no mundo também já chegou às instituições particulares como resposta aos abusos das reitorias e do governo. A cada dia temos mais exemplos de que através da luta poderemos congelar mensalidades, extinguir taxas e garantir uma formação de qualidade. A luta dos estudantes na Unama é um exemplo, pois conseguiu extinguir a cobrança de uma taxa que representava mais de R$ 200.000 para os estudantes, por semestre. Fruto das recentes mobilizações também já é anunciado a contratação de professores em tempo integral como exigido pela LDB.
Na recente ocupação da mantenedora da Unisantos os estudantes também demonstraram toda a disposição que têm para lutarem contra os aumentos abusivos. É preciso contagiar esta onda de lutas e unir todos os que lutam em defesa de uma educação de qualidade e contra os benefícios do governo Lula aos empresários da educação.
Meia-entrada ilimitada para toda a juventude! Nenhum direito a menos!
A juventude vive num verdadeiro fogo cruzado aos seus direitos Com a constante alta em preços e tarifas que vem assombrando a classe trabalhadora no mundo todo,os jovens sentem na pele esses ataques através do aumento nas passagens de ônibus, com o problema da insegurança nas escolas e com o reajuste das mensalidades nas universidades particulares.
Não bastasse tudo isso, foi aprovado, no dia 09/12 pela comissão de educação cultura e esporte do senado,o projeto de Lei do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que impõe uma vergonhosa cota de 40% para venda de ingressos destinados à meia-entrada.
A idéia é limitar a utilização da meia em cinemas, teatros e eventos culturais. Pelo projeto, os estudantes do ensino básico e superior só terão direito a desconto em 40% dos ingressos disponíveis nas bilheterias.
O grande problema disso tudo não tem haver simplesmente com o fato de não haver como fiscalizar o cumprimento desta taxa proposta, como diz a UNE, mas sim de que existe uma movimentação clara por parte do congresso de corruptos e mensaleiros de retirar um direito histórico dos estudantes, ferir a autonomia das entidades e favorecer os empresários da indústria do entretenimento.
Por isso defendemos:
Uma luta nacional dos DCE's, Centros Acadêmicos e Grêmios Livres Estudantis executivas de curso em defesa da meia-entrada e por autonomia
Contra mais esse ataque ao direito a diversão, a arte e ao direito de se expressar defendemos a meia-entrada ilimitada para toda a juventude em shows, cinemas e demais eventos culturais.
Já assinam:
Brasília: Adriano Dias- DCE-Unb e Exnel, Fábio Félix-Coordenador Geral DCE-UnB, Renan Alves-DCE-UnB, Marleide Gomes DCE-UnB, Lorena Fernandes-Serviço Social UnB, Camila Inácio Serviço Social-UnB, Keka Bagno- Serviço Social UnB, Thiago Carvalho- Direito UNICEUB, Luis Alberto-Economia UNEB;
Goiás: Genivaldo Fernandes-Jonte- CA Geografia-UFG
Rio de Janeiro: Barbara Sinedino - Artes Cênicas - DCE UNIRIO, Juninho - CA de Letras UFF e DCE UFF, Ciane Santos - Enfermagem DCE UFF, Marco Antonio - C Sociais DCE UFF, Rafael Lazari DA Psicologia UFF, Cíntia Quintanilha - Psicologia UFF, Natalia Pereira - C Sociais UFF, Claudia Pessi - C Sociais UFF, Gabriela - Letras UFF, Hercules - Enfermagem UFF, Felipe Grilo Veterinaria UFF, Roberto Lima - CEFET RJ Química;
Rio Grande do Sul: Diego Vitello DCE UFRGS, Kleber Mello Silva – DCE UFRGS, Fabiano Elias Brunner – Historia IPA, Roberto Seitenfus – Direito UniRiterr / Desobedeça,
Pará: Fernanda Bandeira – Dir. Univ. Públicas UNE_FOE, Zaraia Guará – coord. Geral DCE UFPA, Camila Monteiro – DCE UFPA, Ricardo Wanzeller – DCE UFPA, Tailson Furtado – DCE UFPA, Benison Silva – DCE UFPA, Elho Araujo – DCE UFPA, Fábio – CAGE, Gilson Geografia UFPA, Maurício Santos – Conselheiro discente, Talison Furtado – Conselheiro discente, , Dito e Pedro - Ciencias Sociais UFPA, UNAMA: Júlia (coordenadora); Mírian (tesoureira-adjunta); Denis (Tesoureiro); Felipe (diretor movimentos sociais); CADOB (c.a de direito): Virgílio, Alexandre, Gabriel, Rodrigo, CARI (Relç inter): Thiago, CACOM (c.a de comunicação): Abbade, Saulo, Cynthia, Jamile, CASS (Serviço Social): Verena, CAPSI (Psicologia): Max, Artes Visuais: Lorena, Anne, Enfermagem: Rogério
Amapá: Gabriela Góes – DCE UNIFAP, Alline Maria – DCE UNIFAP, Arleson Coelho – DCE UNIFAP, Thais Sá – CAGEO UNIFAP, Rogério Serrão – CAHIS, Yoseff Lima – CAHIS, Karina Araujo – CAENF, Samila Trindade – CAENF.
Minas Gerais: Agnes - UFU, Danilo Morira - Filosofia UFOP;
Espirito Santo: Thiago Peixoto - Geografia UFES, Waleska Timoteo - Pedagogia UFES.
Maranhão – Clistenis – CA Design UFMA