Estudantes, trabalhadores e camponeses 1 X 0 Multinacionais, Governo Lula, Reitoria, e DCE Livre.
O dia 5 de março vai com certeza entrar para a história do Movimento Estudantil da UFRGS. Em ampla aliança com movimentos sociais e organizações da classe trabalhadora, conseguimos impor uma derrota aos inimigos do caráter público da Universidade.
Também uma marca extremamente negativa ficou hoje, após os anos de chumbo da ditadura militar, não se via uma repressão tão forte por parte da segurança da universidade aos lutadores.
A mando do reitor Alex, os seguranças da UFRGS reprimiram violentamente uma manifestação pacífica que buscava ampliar o debate na universidade sobre o real caráter do projeto do Parque Tecnológico na UFRGS. O reitor, a serviço das mega-empresas, quis a todo custo impor um projeto sem debate nenhum com a comunidade acadêmica, mas se deu mal. Não esperava que bravamente resistíssemos e garantíssemos a anulação da reunião do Conselho Universitário.
Começa a derrota de um projeto
O projeto privatista, que busca utilizar das estruturas públicas para servir ao lucro de meia-dúzia de empresários, sofreu um importante golpe hoje na UFRGS.
Queremos colocar claramente que este projeto é parte de um amplo processo que, obviamente, por a UFRGS não ser uma ilha, ocorre através de diversas políticas aplicadas em todas as Universidades Públicas Federais brasileiras. O projeto das fundações de “apoio”, a Reforma Universitária arquitetada pelo Banco Mundial, o REUNI, são todos parte do projeto de Lula para a educação.Quem não se lembra,por exermplo, da fundação ligada a UNB que deu de ‘presente’ uma lixeira de MIL reais ao então reitor Timoti. Não à toa, há um crescimento extraordinário da educação superior privada através de isenções fiscais, abocanham mais de 80% das vagas do ensino superior no Brasil, e somente no governo petista cresceu mais de 60%! Enquanto isto, cresce a presença da iniciativa privada nas Universidades Federais. Já hoje, 10% de toda a pesquisa produzida na Universidade é financiada pelas grandes empresas, que se utilizam do conhecimento produzido como forma de maximizar seus lucros.
É justamente esta lógica imposta pelo Governo e seus aliados que combatemos. Não é por acaso que militantes do PT e o PCdoB, apoiaram de forma tão entusiasta a eleição do reitor Alex, justamente por compartilharem de projetos iguais. Não à toa o PP, partido do presidente do DCE Renan Pretto, é base de apoio do governo Lula e também apóia o projeto. Além disto, no país governado pelo PT vivemos um contexto de crescente criminalização das greves, lutas, mobilizações, ocupações de terra, da qual a repressão de hoje é apenas mais um triste capítulo.
Mas por que nos opomos de forma tão veemente a este projeto?
Porque pensamos que a lógica do conhecimento produzido na Universidade Pública é inversa. O projeto do Parque defendido por todos estes setores que expusemos acima visa colocar o conhecimento produzido na UFRGS à serviço da iniciativa privada. Nosso projeto visa que o conhecimento produzido na UFRGS deve estar a serviço das necessidades da classe trabalhadora e do povo pobre. Por exemplo, ao invés de fazer uma pesquisa para ampliarmos o lucro da bilionária família Gerdau, a produção do conhecimento deve estar preocupada em como vamos resolver os problemas dos afetados pelas enchentes no RS, como vamos lutar contra o avanço da dengue, enfim, de como vamos enfrentar os graves problemas sociais de nosso país.
Somente mantendo e aprofundando nossa mobilização podemos derrotar o Parque Tecnológico na UFRGS.
Foi dado o primeiro passo. De fato, hoje é um dia a ser comemorado pelos lutadores. Porém, sabemos que é necessário continuar com ainda mais força. Construímos uma fortíssima mobilização em tempos de férias letivas. A tarefa central de todos do movimento estudantil é de fato ampliar a mobilização e levar o debate democrático para o conjunto da comunidade acadêmica e mais ainda para o povo que é quem sustenta essa universidade.Segunda-feira é um dia fundamental de mobilização, de colocar em cada sala de aula o que está acontecendo na universidade. De chamar cada colega, cada funcionário, cada professor ao debate. De colocar que não podemos aceitar calados que os tempos dos porões da ditadura voltem na nossa universidade. E na terça-feira temos que estar todos às 18h30m no DAECA para discutir como avançar nossa luta.
Todos lá porque o tempo não pará!
Um comentário:
Depois da baderna que os esquerdopatas fizeram, impedindo reuniões com suas tradicionais manifestações... Ainda clamam por democracia.
Deveriam ter deixado a "chapa" vencedora exercer seu papel. Depois vêm posar de bons, assim qualquer um ganha... Vocês precisam crescer.
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